Meteorologia

  • 27 ABRIL 2024
Tempo
12º
MIN 11º MÁX 17º

Morreu Gordon Liddy, o homem por trás do assalto do caso Watergate

Liddy tinha 90 anos e a sua saúde estava debilitada. Foi ele quem concebeu o plano para assaltar os escritórios do Comité Nacional do Partido Democrata. O escândalo que se seguiu custou a presidência a Richard Nixon.

Morreu Gordon Liddy, o homem por trás do assalto do caso Watergate
Notícias ao Minuto

16:05 - 31/03/21 por Notícias ao Minuto

Mundo Gordon Liddy

Gordon Liddy, a mente por trás do assalto que culminou no escândalo Watergate, morreu esta terça-feira, avança o The New York Times. Liddy tinha 90 anos e padecia da doença de Parkinson. O filho Thomas Liddy disse ao jornal que a saúde do pai estava cada vez mais debilitada.

O seu papel no caso Watergate foi preponderante. Antigo agente do FBI, Gordon Liddy tornou-se um estratega na campanha de reeleição de Richard Nixon, em 1972.

Liddy ajudou a conceber estratagemas para descredibilizar os rivais de Nixon e para perturbar a convenção nacional do Partido Democrata nesse mesmo ano.

A maioria dos seus planos eram rebuscados. Envolviam raptos, atos de sabotagem, armadilhas recorrendo a prostitutas e até um assassinato. Estes planos nunca foram concretizados.

No entanto, o plano que Liddy engendrou em conjunto com o antigo agente da CIA, Howard Hunt, para dois assaltos aos escritórios do Comité Nacional do Partido Democrata, localizados no completo Watergate, em Washington, foi levado a cabo.

O primeiro assalto aconteceu no final de maio de 1972 e teve como propósito colocar escutas e fotografar documentos. Decorreu sem problemas. No segundo assalto, no dia 17 de junho, as coisas não correram da mesma forma.

Quatro cidadãos cubanos e James McCord, um responsável da segurança da campanha de Nixon, foram detidos no local pela polícia. Liddy e Hunt, que estavam a monitorizar a operação a partir de um quarto de hotel no complexo Watergate, fugiram, mas foram posteriormente detidos e acusados pelo assalto, pelas escutas encontradas e de conspiração.

Inicialmente, o caso Watergate parecia não acarretar consequências para Richard Nixon, mas à medida que o novelo foi sendo desfiado isso mudou. Nos dois anos seguintes foi desvendado o encobrimento do caso Watergate, que se tornou no pior escândalo político na história dos Estados Unidos e que derrubou Nixon, o primeiro presidente norte-americano a demitir-se. 

Gordon Liddy recusou testemunhar sobre o seu papel na Casa Branca e no comité de reeleição de Nixon e foi o arguido do caso Watergate a ser condenado a cumprir uma pena de prisão mais pesada, entre seis a 20 anos. Cumpriu apenas quatro anos e quatro meses. 

Quando saiu da prisão afirmou que não se arrependia dos seus atos e que faria tudo novamente. Nos anos que se seguiram escreveu vários livros, entre os quais o best seller 'Will', uma autobiografia publicada em 1980, e na qual Liddy quebro o silêncio sobre o caso Watergate. 

Leia Também: Ataque Capitólio: Trump diz que apoiantes "abraçaram e beijaram" polícias

Recomendados para si

;
Campo obrigatório