Donald Trump apresentou esta quinta-feira uma versão diferente dos acontecimentos registados no dia 6 de janeiro em Capitol Hill, o dia em que o Capitólio foi atacado por uma multidão de apoiantes do antigo presidente norte-americano. Apesar das cenas de violência que foram filmadas e divulgadas por todo o mundo, Trump afirmou que os seus apoiantes “abraçaram e beijaram” polícias e não representaram uma “ameaça”.
O antigo presidente ligou para a Fox News e quando foi questionado se estava preocupado com o reforço da segurança no Capitólio, que inclui vedações com arame farpado, Trump considerou que era uma “desgraça” e que se tratava de uma “manobra política”.
“Desde o início [invasão do Capitólio] foi uma ameaça zero. Eles entraram lá dentro, não o deviam ter feito. Alguns entraram e abraçaram e beijaram polícias. Tinham grandes relações”, sublinhou Trump, acrescentando que “muitos entraram e saíram”.
O antigo líder norte-americano chegou a sugerir que alguns dos invasores deviam sofrer repercussões, mas rapidamente mudou o sentido da conversa para atacar o movimento Antifa, um dos seus alvos habituais, e questionou porque as autoridades não vão atrás dos membros do movimento Antifa.
A realidade e os factos parecem contrariar o argumento de Trump de que os seus apoiantes “abraçaram e beijaram” polícias durante a insurreição no Capitólio. Muitos dos invasores envolveram-se em confrontos com a polícia e usaram várias armas para agredir os agentes que tentavam proteger o complexo do Capitólio.
O desfecho do ataque resultou na morte de cinco pessoas, incluindo o agente da polícia Brian Sicknick, que foi atingido com um spray que continha um químico. Mais de 100 polícias ficaram feridos.
Já no interior do Capitólio, a multidão entoou ameaças de morte dirigidas ao vice-presidente Mike Pence, à presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e a vários congressistas.
Convém referir ainda que o ataque ao Capitólio foi antecedido por um discurso inflamado de Donald Trump, que incitou os seus apoiantes a agirem para impedir a certificação dos votos do Colégio Eleitoral, que garantiram a eleição de Joe Biden.
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