Meteorologia

  • 07 MAIO 2024
Tempo
20º
MIN 12º MÁX 26º

Confrontos em vigília em memória de mulher assassinada em Londres

Centenas de pessoas reuniram-se no sábado em Londres numa vigília em memória de Sarah Everard, cujo assassinato gerou uma discussão no Reino Unido em torno da violência contra as mulheres, tendo ocorrido confrontos entre os presentes e a polícia.

Confrontos em vigília em memória de mulher assassinada em Londres
Notícias ao Minuto

06:31 - 14/03/21 por Lusa

Mundo Sarah Everar

Segundo a agência Associeted Press, as centenas de pessoas que se juntaram em Clapham Common, perto do local onde Sarah Everard foi vista pela última vez com vida, em 03 de março, desafiaram o pedido da polícia para que dispersassem.

Sarah Everard, de 33 anos, tinha visitado amigos em Clapham, no sul de Londres, e estava a regressar a sua casa em Brixton, a cerca de 50 minutos a pé, quando desapareceu por volta das 21:30 do dia 03 de março.

A Polícia Metropolitana de Londres recebeu mais de 120 telefonemas de pessoas após um apelo público e foi a cerca de 750 casas na área, tendo na terça-feira detido um homem de 48 anos, agente policial membro da unidade responsável pela segurança de representações diplomáticas e políticos. Inicialmente suspeito de rapto, entretanto foi também acusado de homicídio, depois de, na quarta-feira, os restos mortais de Sarah terem sido encontrados num bosque perto da cidade de Ashford, no sudeste de Londres.

Vídeos da vigília informal, que entretanto se transformou numa manifestação, mostram agentes da polícia a discutirem com manifestantes. Nos vídeos, relata a Associated Press, é possível ver-se agentes de polícia do sexo masculino a agarrarem várias mulheres e a levarem-nas algemadas, sob gritos e protestos dos presentes.

Muitos dos que participaram na vigília deixaram flores no local, entre os quais a duquesa de Cambridge, Kate Middleton. Algumas pessoas seguravam cartazes onde se lia "Não seremos silenciadas" e "Ela estava apenas a regressar a casa", e os manifestantes gritaram "Irmãs unidas jamais serão vencidas".

O presidente da Câmara de Londres, Sadiq Khan, criticou a atuação da polícia, numa publicação partilhada na sua conta oficial no Twitter.

"A polícia tem a responsabilidade de fazer cumprir as leis da covid, mas de imagens que vi é claro que a resposta por vezes não foi nem apropriada nem proporcional", escreveu o autarca.

A ministra do Interior, Priti Patel, revelou, também no Twitter, que pediu um relatório completo à Polícia Metropolitana de Londres sobre os acontecimentos de sábado.

Após o desaparecimento e morte de Sarah Everard, várias mulheres têm usado as redes sociais para partilharem histórias sobre como foram ameaçadas ou atacadas nas ruas.

Na quinta-feira, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse estar "chocado e profundamente triste com os desenvolvimentos da investigação de Sarah Everard".

Numa mensagem partilhada no Twitter, Boris Johnson afirmou: "Devemos trabalhar rapidamente para encontrar todas as respostas sobre este crime horrível".

De acordo com uma sondagem YouGov da ONU Mulheres do Reino Unido, 80% das mulheres de todas as idades disseram terem sido vítimas de assédio em locais públicos, com 97% das mulheres com idades entre os 18-24 confirmado que foram assediadas sexualmente.

Leia Também: MP britânico acusa polícia de homicídio de Sarah Everard

Recomendados para si

;
Campo obrigatório