Ucrânia deve reformar urgentemente sistema judicial, diz Charles Michel
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, incentivou hoje a Ucrânia a reformar urgentemente o seu sistema judicial e a continuar a trabalhar na luta contra a corrupção e no reforço do Estado de direito.
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Mundo Ucrânia
O responsável, que está a realizar a sua primeira visita à Ucrânia, reiterou o "apoio inabalável" da União Europeia (UE) à soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia e elogiou "os importantes avanços" e reformas alcançados sob a presidência de Volodymyr Zelenskiy.
No entanto, "ainda há muito a fazer, especialmente no que diz respeito ao Estado de Direito, à reforma judicial e à luta contra a corrupção", sublinhou Charles Michel, ao lado do Presidente ucraniano e frente a um posto de controlo do exército ucraniano na região de Lugansk, no leste do país.
Desde 2014, rebeldes pró-Rússia lutam na região de Donbass com as forças de Kiev num conflito armado que, de acordo com as Nações Unidas, custou a vida a mais de 13.000 pessoas.
O presidente do Conselho Europeu referiu ainda que as recentes decisões do Tribunal Constitucional da Ucrânia - que em 2020 considerou inconstitucionais muitas das reformas de combate à corrupção aprovadas em 2014, levando Zelenskiy a exigir a demissão dos juízes e criando uma crise institucional - "apenas ressaltaram a necessidade de intensificar os esforços para fazer uma reforma judicial".
"Os cidadãos ucranianos merecem um sistema judicial que respeite e aplique o Estado de Direito, que seja responsável e independente de interesses adquiridos, e que demonstre que a corrupção não fica impune", disse.
Charles Michel considerou estes conceitos como essenciais para conquistar a confiança dos ucranianos no sistema judicial e para melhorar o clima empresarial e atrair investimento estrangeiro.
A visita do presidente do Conselho Europeu à Ucrânia acontece poucos dias depois de se terem registado protestos em todo o país para exigir reformas judiciais.
Milhares de pessoas foram para as ruas de Kiev e outras cidades depois de um ativista anticorrupção ter sido condenado a sete anos de prisão em Odessa (no mar Negro), num julgamento que os seus apoiantes classificaram como injusto e politicamente motivado.
"A Ucrânia comprometeu-se a lutar contra a corrupção e a fazer uma reforma judicial abrangente, no âmbito do Acordo de Associação" com a UE, lembrou Michel, acrescentando que estas são condições importantes no âmbito do programa de assistência macrofinanceira recentemente acordado e do processo de liberalização de vistos ao país.
"São reformas complexas e difíceis que requerem coragem e liderança", disse o Presidente do Conselho Europeu.
Zelenskiy, por sua vez, prometeu assinar, num "futuro próximo", um decreto para criar, em três anos, uma estratégia para o desenvolvimento de órgãos judiciais e procedimentos judiciais constitucionais.
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