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Iémen: ONU dececionada com menos de metade dos fundos de ajuda pedidos

A ONU mostrou-se hoje dececionada com a resposta dos doadores internacionais, após recolher menos de metade dos fundos que pediu para responder à crise humanitária no Iémen e evitar a fome.

Iémen: ONU dececionada com menos de metade dos fundos de ajuda pedidos
Notícias ao Minuto

19:12 - 01/03/21 por Lusa

Mundo Iémen

A ONU, que realizou hoje uma conferência virtual para angariar fundos, indicou que o total de compromissos obtidos foi de 1,7 mil milhões de dólares (1,41 mil milhões de euros), menos de metade dos 3,85 mil milhões de dólares (3,2 mil milhões de euros) solicitados.

Num comunicado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lamentou que o total da ajuda seja menor do que os compromissos anteriores, nomeadamente nos últimos dois anos, advertindo que os cortes no apoio constituem uma "sentença de morte" para muitos iemenitas.

"Milhões de crianças, de mulheres e de homens iemenitas precisam desesperadamente de ajuda para viver. Reduzir a ajuda equivale a uma condenação à morte", afirmou Guterres.

Antes, no início da conferência, Guterres implorou aos doadores para que financiem "com generosidade" a ajuda humanitária ao Iémen, "a fim de evitar que a fome engula" um país que já devastado pela guerra.

"Cada dólar conta", garantiu na conferência virtual coorganizada pela Suécia e pela Suíça com o objetivo de arrecadar quase 3,2 mil milhões de euros para o Iémen.

"A fome está a acabar com o Iémen. Temos de correr se queremos evitar que a fome e a inanição roubem milhões de vidas", alertou Guterres na conferência.

A guerra do Iémen começou em 2014, quando os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, tomaram a capital, Sanaa, e grande parte do norte do país.

A coligação liderada pelos sauditas e apoiada pelos EUA interveio meses depois para desalojar os rebeldes e restaurar o governo internacionalmente reconhecido.

O conflito matou cerca de 130.000 pessoas, gerou o pior desastre humanitário do mundo e reverteu o desenvolvimento conquistado nos últimos 20 anos, de acordo com o Programa de Desenvolvimento da ONU.

Metade das instalações de saúde do Iémen foram fechadas ou destruídas e quatro milhões de iemenitas foram expulsos das suas casas.

A pandemia de covid-19, várias epidemias de cólera e a desnutrição severa de crianças causaram milhares de mortes adicionais.

A agência da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários advertiu que mais de 16 milhões de pessoas no Iémen vão passar fome este ano, sendo que cerca de meio milhão já vive em condições semelhantes.

Leia Também: Guterres implora por generosidade de dadores para evitar fome no Iémen

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