Rússia e Japão reagem a ataque dos EUA contra milícias pró-iraninas
A Rússia condenou hoje o bombardeamento norte-americano contra milícias iraquianas pró-iranianas no leste da Síria, enquanto o Japão expressou "preocupação" pela situação no Médio Oriente.
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Mundo Síria
Pelo menos 22 milicianos pró-Irão morreram hoje na província de Deir Ezzor, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), na primeira ação militar conhecida sob a égide do Presidente Joe Biden, que iniciou o mandato no final de janeiro.
"Condenamos categoricamente tais ações. Pedimos respeito incondicional pela soberania e integridade territorial da Síria", disse a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, numa conferência de imprensa.
Moscovo, um dos principais aliados do regime sírio, rejeita "qualquer tentativa de transformar o território sírio em palco de ajustes geopolíticos", adiantou Zakharova.
Segundo a agência noticiosa espanhola EFE, vários deputados e senadores russos consideraram o ataque aéreo "ilegítimo" e alertaram que pode agravar as já tensas relações entre Washington e Teerão, especialmente no que se refere ao acordo nuclear.
Questionado por jornalistas sobre o ataque, o porta-voz do governo do Japão, Katsunobu Kato, indicou que Tóquio "acompanha de perto a situação no Médio Oriente, incluindo os bombardeamentos".
O responsável escusou-se a classificar o ataque, explicando que "o Japão não está diretamente envolvido e ainda não confirmou os pormenores".
No entanto, Kato assinalou a "preocupação" de Tóquio com a situação no Médio Oriente, afirmando que o governo nipónico "é aliado dos Estados Unidos e mantém uma boa relação com o Irão, por isso, continuará a fazer esforços diplomáticos para ajudar a reduzir a tensão na área e a estabilizar a situação".
Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH, disse que "os ataques destruíram três camiões de munições". O bombardeamento terá destruído também um carregamento de armas que acabava de cruzar a fronteira com o Iraque na zona de Abul Kamal, na província síria de Deir Ezzor.
O Pentágono anunciou um ataque aéreo contra uma "infraestrutura utilizada por milícias apoiadas" por Teerão no leste da Síria, explicando que "os ataques foram autorizados em resposta a ataques recentes contra funcionários dos Estados Unidos e da Coligação no Iraque, e ameaças contínuas contra estes funcionários".
Os ataques contra infraestruturas norte-americanas no Iraque aumentaram desde que os Estados Unidos mataram em janeiro de 2020 um poderoso general iraniano, Qassem Suleimani, e um comandante iraquiano de milícias pró-iranianas num ataque aéreo no aeroporto de Bagdad.
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