Meteorologia

  • 29 MARçO 2024
Tempo
15º
MIN 8º MÁX 15º

ONU denuncia 76 massacres com 292 mortos na Colômbia em 2020

Em 2020 ocorreram 76 massacres na Colômbia onde foram assassinadas 292 pessoas incluindo 24 crianças, revelou hoje o gabinete do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos (ACNUDH) no seu relatório anual.

ONU denuncia 76 massacres com 292 mortos na Colômbia em 2020
Notícias ao Minuto

17:22 - 23/02/21 por Lusa

Mundo Colômbia

"Desde 2018 que o número de massacres tem aumentado constantemente, sendo 2020 o ano com o registo mais elevado desde 2014", disse Juliette Rivero, representante do ACNUDH na Colômbia, durante uma conferência de imprensa virtual.

Este gabinete, presidido pela ex-Presidente do Chile Michelle Bachelet, documentou 76 massacres e está a investigar outros cinco, com um balanço até ao momento de 292 pessoas assassinadas e em que se incluem 23 mulheres, seis raparigas, 18 rapazes, sete indígenas e dez afrodescendentes.

O incremento da violência registou-se sobretudo nas regiões onde habitam populações afrodescendentes, indígenas e camponeses, indicou a representante.

"A violência afeta os projetos de vida destas populações e a proteção dos seus direitos culturais, espirituais e territoriais, entre outros", sublinhou Rivero.

Nesta vaga de violências, em particular as registadas em Antioquia (noroeste), Choco (noroeste) e Nariño (sudoeste), mais de 25.000 abandonaram as suas regiões e outras 74.312 ficaram confinadas devido às restrições impostas por grupos armados e organizações criminosas.

Um total de 73 ex-membros das extintas guerrilhas das FARC, que firmaram em 2016 um acordo de paz com Bogotá, foram assassinados durante 2020, num total de 248 antigos guerrilheiros mortos desde a assinatura dos documentos.

O gabinete da Alta-Comissária também recebeu a informação de 795 ameaças e agressões a defensores dos direitos humanos, com 44% ocorridas em zonas rurais e 14% na capital Bogotá.

Em 2020 a ONU foi informada sobre 133 casos de homicídios de defensores dos direitos humanos, tendo confirmado 90 e estando a investigar 25, números superiores aos divulgados na segunda-feira pelo Governo colombiano, onde se referiam 66 assassinatos.

"Este número é representativo dos casos conhecidos pelo gabinete, mas constituem apenas uma mostra do total de assassinatos ocorridos e não dão conta do universo completo", disse Rivera.

No entanto, estas mortes, que aumentaram exponencialmente nos últimos anos, são mais baixas que as indicadas por organizações sociais, como a Somos Defensores, que registou 159 vítimas em 2020, ou a Procuradoria do Povo, que se referiu a182 homicídios em 2020.

"A Alta-Comissária afirma no seu relatório que os assassinatos de pessoas defensoras dos direitos humanos ocorrem onde a presença do Estado é insuficiente", alegou a representante do gabinete.

Recomendados para si

;
Campo obrigatório