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Protestos na Tailândia atrasam divulgação de resultados das eleições

A Comissão Eleitoral da Tailândia anunciou hoje que, devido a protestos e manifestações que perturbaram as eleições legislativas, não haverá qualquer anúncio de resultados, mesmo que preliminares, até 23 de fevereiro.

Protestos na Tailândia atrasam divulgação de resultados das eleições
Notícias ao Minuto

17:40 - 02/02/14 por Lusa

Mundo Comissão eleitoral

Manifestantes perturbaram hoje as eleições legislativas na Tailândia, boicotadas pela oposição, impedindo o funcionamento de milhares de assembleias de voto, o que pode mergulhar o país ainda mais na crise política que vai já no seu terceiro mês.

Os protestos impediram a organização das eleições e a abertura de cerca de 10 mil assembleias de voto, mais de 10% do total nacional, de acordo com a Comissão Eleitoral.

O encaminhamento de boletins e urnas de voto foi bloqueado em alguns bairros da capital Banguecoque e no sul do país, bastião da oposição.

Devido a um conjunto de obstruções sem precedentes, a Comissão Eleitoral foi forçada a anunciar que não será feita hoje qualquer divulgação de resultados da votação, nem mesmo de resultados preliminares.

Nada será dito antes de 23 de fevereiro, data prevista para a realização de um novo escrutínio para os 440 mil eleitores impedidos de exercer o seu direito de voto antecipado há uma semana, também em consequências dos distúrbios provocados pelos manifestantes.

A Comissão Eleitoral deverá ainda anunciar uma solução para os distritos onde não foi possível votar este domingo e para aqueles onde não havia nenhum candidato a votos em consequência do bloqueio dos manifestantes ao registo de candidaturas.

Se a eleição não se realizar em alguns dos distritos afetados, o parlamento tailandês não poderá reunir-se, por falta de quórum (são necessários 95% dos 500 deputados), o que levará a uma paralisia política no país.

As eleições de hoje ficaram marcadas pelos protestos dos eleitores que encontravam a porta fechada na sua assembleia de voto, como aconteceu em Banguecoque, onde, relatou a agência de notícias francesa AFP, junto a um ponto de votação, uma multidão enfurecida gritava "Voto! Voto!" enquanto agitava no ar os cartões de eleitores.

"Cumpri o meu dever de vir votar. Não tenho medo", explicou à AFP um cidadão tailandês, que reconheceu que o escrutínio de hoje foi "caótico", ainda que sem violência.

O cenário foi, no entanto, diferente nos dias que antecederam a votação de hoje, com as ruas a serem palco de confrontos entre manifestantes pró e contra o Governo da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, favorita à vitória e uma das primeiras pessoas a votar, debaixo de forte vigilância policial.

Recusando demitir-se, como têm exigido os manifestantes contra o Governo e a oposição política nos últimos meses, Shinawatra propôs eleições legislativas antecipadas, que se realizaram hoje, como saída para a crise que o país atravessa.

O Partido Democrata, principal opositor ao Governo de Shinawatra, irmã do primeiro-ministro deposto pelo golpe de Estado de 2006, ameaçou hoje impugnar judicialmente a eleição.

A oposição acusa mesmo Yingluck Shinawatra de ser uma fachada para uma governação na sombra do seu irmão deposto, Thaksin Shinawatra.

Os analistas ouvidos pela AFP acreditam na possibilidade de um "golpe de Estado judiciário", com os tribunais a forçarem Yingluck a sair, o que seria a repetição de "uma arma" já utilizada no passado contra os governos pró-Shinawatra.

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