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ONU alerta para "deterioração significativa" de direitos humanos no Congo

A situação dos direitos humanos "deteriorou-se significativamente" no segundo semestre de 2020 na região este da República Democrática do Congo (RDCongo), devido aos ataques do grupo armado Forças Democráticas Aliadas (FAD), segundo um relatório da ONU divulgado hoje.

ONU alerta para "deterioração significativa" de direitos humanos no Congo
Notícias ao Minuto

13:32 - 02/02/21 por Lusa

Mundo ONU

"A situação dos direitos humanos deteriorou-se consideravelmente, a FAD continuou os ataques contra a população civil, com um pico durante o mês de dezembro de 2020 no sector de Rwenzori", segundo um relatório do Gabinete Conjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos (GCNUDH).

Entre 1 de julho e 31 de dezembro de 2020, "foram documentadas pelo GCNUDH 313 violações dos direitos humanos, o que representa um aumento considerável, quando comparado com 173 abusos documentados nos seis meses anteriores", observa o relatório.

Estes abusos resultaram em, "pelo menos, 468 vítimas civis de execuções sumárias (incluindo 345 homens, 108 mulheres e 15 crianças)" entre julho e dezembro de 2020, detalha o mesmo texto.

Para além disto, é desconhecido até à data o destino de 457 pessoas, incluindo 62 mulheres e nove menores, pelo que o GCNUDH as classifica como casos de desaparecimento forçado até prova em contrário.

As FAD foram originalmente constituídas por rebeldes muçulmanos ugandeses instalados no leste da RDCongo desde 1995, que se opunham ao regime de Yoweri Museveni, no Uganda.

O grupo é acusado de ser responsável pela morte de mais de 1.000 civis desde outubro de 2014 na região de Beni, no Kivu Norte, e em áreas circundantes da mesma província da RDCongo, no leste do país.

Em julho de 2020, o GCNUDH deu cona de um agravamento da situação dos direitos humanos, com um aumento dos ataques de pequenos grupos de combatentes da FAD, para lá das fronteiras administrativas da província do Kivu Norte.

O último grande ataque atribuído a este grupo armado foi a 15 de janeiro. Pelo menos, 46 pigmeus foram mortos nesse ataque em território Irumu, em Ituri, junto à província vizinha de Kivu do Norte.

Desde 31 de dezembro de 2020, pelo menos 71 civis foram mortos pela FAD nas regiões de Rwenzori (Kivu do Norte) e Irumu (Ituri).

A FAD nunca reivindicou a responsabilidade por estes massacres de civis. Mas desde abril de 2019, vários ataques têm sido reivindicados por um grupo autodenominado "Estado Islâmico - África Central". Um grupo de especialistas reunido pelas Nações Unidas não conseguiu determinar "qualquer ligação direta" entre os dois grupos, segundo um relatório recente.

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