"As pessoas devem poder exercer o direito de manifestação sem medo da repressão. A Rússia deve respeitar os seus compromissos internacionais, afirmou Josep Borrell, citado pela agência France-Press.
Recorrendo à rede social Twitter, o chefe da diplomacia da UE condenou o uso "desproporcionado da força" contra os manifestantes e jornalistas e as detenções "em massa".
Segundo a organização não governamental OVD-Info, durante as manifestações as autoridades russas detiveram mais de 4.000 pessoas.
Esta tomada de posição da diplomacia da UE surge poucos dias antes da visita de representantes deste organismo a Moscovo para apelar à libertação de de Navalny e discutir a normalização das relações entre a Rússia e a União Europeia.
Esta será a primeira visita à Rússia por um chefe da diplomacia europeia desde 2017.
Alexei Navalny, de 44 anos, um investigador anticorrupção e o crítico mais conhecido de Putin, foi preso a 17 de janeiro ao regressar da Alemanha, onde passou cinco meses a recuperar-se de uma intoxicação por agente nervoso que atribui ao Kremlin.
Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, e testes da Organização para a Proibição de Armas Químicas, estabeleceram que ele foi exposto ao agente nervoso Novichok. As autoridades russas recusaram-se a abrir um inquérito criminal completo, alegando falta de evidências de que ele fora envenenado.
Navalny foi preso imediatamente após o seu regresso à Rússia, no início deste mês, e preso por 30 dias a pedido do serviço de prisão da Rússia, que alegou que ele violou os termos da sua pena suspensa.
Na quinta-feira, um tribunal de Moscovo rejeitou o apelo de Navalny para ser libertado, e uma nova audiência na próxima semana pode transformar a sua pena suspensa de três anos e meio numa pena em que deve cumprir prisão efetiva.
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