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Afeganistão. Talibãs dizem esperar que EUA honrem compromissos de paz

Os talibãs disseram hoje em Moscovo que esperam que os Estados Unidos cumpram a sua promessa de retirar todas as suas forças militares do Afeganistão até maio, cumprindo uma promessa do ex-Presidente Donald Trump.

Afeganistão. Talibãs dizem esperar que EUA honrem compromissos de paz
Notícias ao Minuto

16:13 - 29/01/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

Após uma série de reuniões em Moscovo, Sher Mohammed Abbas Stanikzai, que liderou a delegação dos talibãs junto de diplomatas russos, numa visita de dois dias, insistiu que o seu movimento honrou o acordo assinado com os EUA, no ano passado no Qatar, e espera que Washington tenha a mesma atitude, nomeadamente no que diz respeito à retirada de tropas.

A Casa Branca e o Departamento de Estado dos EUA disseram que o Presidente Joe Biden vai olhar para o acordo de paz assinado pela anterior administração, de Donald Trump, antes de tomar uma decisão sobre a retirada das forças militares.

O Pentágono disse na quinta-feira que a recusa dos talibãs em cumprir o seu compromisso de reduzir a violência no Afeganistão está a levantar questões sobre se todas as tropas dos EUA poderão partir em maio, conforme exigido pelo acordo de paz.

Em declarações aos 'media' russos, Stanikzai insistiu que os talibãs têm cumprido o acordo, apesar da constatação de ataques dos rebeldes contra forças do Governo afegão.

"Desde que assinámos o acordo com o lado americano, não nos envolvemos em nenhuma ação agressiva. Esperamos que os EUA continuem a honrar o acordo de Doha, que é do seu interesse", disse Stanikzai.

O acordo de paz exige que os EUA reduzam o número de tropas para 2.500, no início deste ano, e removam todas as forças até maio.

Trump ordenou que o número de soldados norte-americanos no Afeganistão fosse reduzido para 2.500 dias antes de deixar o cargo, deixando ao seu sucessor, Biden, decisões difíceis sobre como manter a segurança no Afeganistão e cumprir o acordo com os talibãs.

Stanikzai avisou que, se os EUA renegarem o acordo, os talibãs continuarão a sua luta contra o Governo de Cabul.

"Esperamos que os EUA saiam. Mas, se não o fizerem, não teremos outra escolha a não ser defender-nos e continuar a nossa luta", acrescentou o líder da delegação talibã em Moscovo, rejeitando as alegações de que a Rússia esteja secretamente a oferecer recompensas para matar soldados norte-americanos.

Autoridades dos EUA disseram que estão a analisar informações dos serviços secretos sobre as recompensas oferecidas pela Rússia, apesar dos desmentidos de Moscovo.

Stanikzai disse que os talibãs e a Rússia "partilham um entendimento comum sobre várias questões relacionadas com o processo de paz no Afeganistão", expressando esperança de que Moscovo ajude no acordo.

Stanikzai também disse confiar que as negociações de paz entre os talibãs e o Governo de Cabul, iniciadas no ano passado, produzam resultados em breve.

As negociações de paz, que decorrem no Qatar, foram retomadas no início deste mês, mas foram interrompidas por recentes ataques, cuja responsabilidade nenhuma das partes assume.

Moscovo, que se envolveu num longo conflito no Afeganistão, que terminou com a retirada de tropas soviéticas em 1989, regressou a Cabul como mediador diplomático entre fações rivais, disputando com os EUA a influência no país.

Leia Também: Afeganistão. Talibãs acusam Washington de violar acordo de Doha

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