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Afeganistão. Talibãs acusam Washington de violar acordo de Doha

Os talibãs acusaram hoje os Estados Unidos de violarem o acordo assinado em fevereiro em Doha ao "bombardearem civis", poucas horas depois de Washington os ter criticado por não respeitarem os seus compromissos no âmbito do pacto.

Afeganistão. Talibãs acusam Washington de violar acordo de Doha
Notícias ao Minuto

11:16 - 29/01/21 por Lusa

Mundo Afeganistão

Os talibãs estão determinados a respeitar o acordo de Doha, que prevê a retirada total das tropas norte-americanas do Afeganistão até maio, e "não o violaram de forma alguma", declarou Mohammad Naeem, um porta-voz dos rebeldes, à agência France Presse.

Ao contrário, os norte-americanos "violam-no quase diariamente" ao "bombardearem civis, casas e aldeias", afirmou, considerando-o não apenas uma "violação de um acordo, mas uma violação dos direitos humanos".

O exército norte-americano realizou nos últimos meses vários ataques aéreos contra os talibãs, em apoio às forças governamentais afegãs.

Esta réplica dos insurgentes surge depois de na quinta-feira o porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, John Kirby, ter criticado os talibãs por violarem os termos do acordo.

"Enquanto eles não respeitarem o seu compromisso de renunciar ao terrorismo e pôr fim aos ataques violentos contra o exército afegão (...), é muito difícil ver como chegar a um acordo negociado", disse Kirby, que mencionou explicitamente os laços entre os talibãs e a organização terrorista internacional Al-Qaida.

Foi a primeira vez que a administração do novo presidente, Joe Biden, que já tinha anunciado pretender "avaliar" o respeito pelos talibãs dos seus compromissos, faz um julgamento tão claro sobre a atitude dos rebeldes afegãos.

No quadro do acordo, a saída das tropas norte-americanas do território afegão tem como contrapartida o compromisso dos rebeldes de não permitirem que grupos terroristas ajam nas áreas que controlam e de não mais atacarem os militares dos Estados Unidos.

Permitiu igualmente o início das primeiras negociações de paz diretas entre os talibãs e o governo afegão, que começaram em setembro de 2020, mas que ainda não tiveram resultados concretos quanto a uma redução da violência.

Nos últimos meses registou-se um aumento da violência em várias províncias do Afeganistão, onde os assassínios seletivos de jornalistas, políticos e defensores dos direitos humanos são cada vez mais frequentes.

Na semana passada, duas juízas do Supremo Tribunal afegão foram mortas a tiro em Cabul, na capital, que tem sido palco de vários atentados.

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