Colômbia: 'Hipopótamos da cocaína' devem ser abatidos, dizem cientistas
Os descendentes dos hipopótamos de Pablo Escobar têm aumentando de número ao longo dos anos.
© Getty Images
Mundo Pablo Escobar
O problema não é novo. Na década de 80, Pablo Escobar adquiriu quatro hipopótamos – um macho e três fêmeas – para o seu jardim zoológico pessoal no seu famoso rancho, a Hacienda Napoles. Após a sua morte, a maioria dos animais foi transportada para outros locais, mas os hipopótamos permaneceram e ao longo dos anos reproduziram-se de forma significativa.
A população dos descendentes dos hipopótamos de Pablo Escobar cresceu tanto perto da bacia do rio Magdalena – passaram de 35 em 2012 para mais de 80 atualmente – que levantou uma série de consequências negativas, desde o impacto ambiental a uma interação mais frequente e perigosa com os humanos.
Agora, um estudo elaborado por investigadores de universidades colombianas e mexicanas sugere que os hipopótamos devem ser abatidos.
O estudo, que foi publicado na revista Biological Conservation, alerta ainda para a possível transmissão de doenças dos hipopótamos para as pessoas, e para os prejuízos no cultivo de quem vive naquela zona, uma vez que os hipopótamos podem alimentar-se das colheitas.
Os investigadores apontam ainda para alguns incidentes em que hipopótamos perseguiram pessoas, e até para um ataque em maio do ano passado, no qual um homem de 45 anos ficou gravemente ferido.
No entanto, a ideia de abater os animais não é nova e não foi bem recebida pela população local. O governo colombiano já tinha tentado fazê-lo, mas optou por avançar com uma campanha de esterilização face às críticas da população, que se habituou à presença dos hipopótamos e nutre afeto por estes animais.
A questão é que a campanha de esterilização pouco fez para contrariar o crescimento da população de hipopótamos e o dilema em torno dos descendentes dos hipopótamos de Escobar mantém-se.
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