RCA: Principais grupos armados fundem-se a uma semana das presidenciais
Os líderes dos três principais grupos armados, que ocupam grande parte do território da República Centro-Africana (RCA), e conduzem uma ofensiva no norte e oeste do país, anunciaram hoje a sua fusão e a criação de uma coligação.
© Reuters
Com a primeira volta das eleições presidenciais e legislativas marcada para 27 de dezembro, mas que a oposição receia fraudes maciças, esta coligação ameaça agora a capital Bangui com um bloqueio à distância.
Os membros dos grupos armados decidiram "fundir todos os movimentos numa única entidade, denominada Coligação de Patriotas para a Mudança (CPC), sob um comando unificado", escreveram num comunicado, em que convidaram "todos os outros grupos armados a aderir".
Os membros desta coligação apelam aos seus membros para "confraternizarem" com os soldados das forças regulares, que desejem juntar-se, para "respeitarem escrupulosamente a integridade da população civil" e para "permitirem a livre passagem dos veículos" das Nações Unidas e dos trabalhadores da ajuda humanitária.
As forças de manutenção da paz estão "em alerta máximo" para evitar que os grupos armados "perturbem as eleições", afirmou a Missão da ONU na República Centro-Africana (MINUSTAH) num comunicado emitido na sexta-feira.
Segundo fontes de ONG humanitárias e da ONU, grupos armados atacaram várias localidades na sexta-feira nas principais estradas para Bangui.
A República Centro-Africana foi devastada pela guerra civil depois de uma coligação de grupos armados dominados por muçulmanos, a Séléka, ter derrubado o regime do Presidente François Bozizé em 2013.
Os confrontos entre a Séléka e milícias cristãs e animistas anti-Balaka provocaram milhares de mortes.
A CPC reúne agora grupos das milícias Séléka e anti-Balaka contra o regime do Presidente Faustin Archange Touadera.
Desde 2018, a guerra evoluiu para um conflito de baixa intensidade no qual grupos armados competem pelo controlo dos recursos do país, principalmente gado e minerais, e perpetram regularmente abusos contra a população civil.
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