Rússia e Síria sob pressão de organização contra armas químicas

A Rússia e a Síria foram novamente confrontadas com alegações de recurso a armas químicas na reunião de hoje da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), com sede em Haia.

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© Reuters

Lusa
30/11/2020 16:50 ‧ 30/11/2020 por Lusa

Mundo

OPAQ

 

Moscovo foi pressionado pelos países ocidentais para revelar com "transparência" as circunstâncias do envenenamento do opositor Alexei Navalny com um agente neurotóxico do tipo Novichok.

Para a Síria foram pedidas sanções, após os investigadores da OPAQ terem acusado o regime de Damasco de ataques com gás sarin em 2017.

A Rússia e a Síria têm rejeitado as acusações, afirmando que as potências ocidentais politizaram o trabalho da organização.

A Síria não respeitou o prazo de 90 dias fixado em julho para revelar as armas utilizadas nos ataques contra a localidade de Lataminah e declarar o que tem armazenado, disse hoje na reunião o diretor-geral da OPAQ, Fernando Arias.

Damasco "não cumpriu qualquer das obrigações" que lhe foram impostas, adiantou.

Sublinhou que continuam a existir "lacunas, incoerências e contradições" nos relatórios sobre a aplicação pela Síria do acordo de 2013, no qual o regime de Bashar al-Assad se comprometia a entregar todas as armas químicas após um presumível ataque com sarin que causou 1.400 mortos em Ghuta, nos arredores de Damasco.

A França propôs que a OPAQ "suspenda os direitos" da Síria - que ficaria sem direito de voto na organização - por não ter respeitado os prazos, indicou o embaixador francês Luis Vassy, adiantando que a proposta tinha o apoio de 43 países.

A Rússia, por seu turno, foi pressionada a esclarecer o envenenamento de Navalny, pelo qual os governos ocidentais responsabilizam o Kremlin.

A OPAQ confirmou a presença de indícios de Novichok, agente de uso militar desenvolvido na época soviética, em amostras retiradas ao opositor russo após a sua hospitalização em Berlim.

Arias indicou que a organização continua em negociações com Moscovo para o envio de uma equipa de investigadores à Rússia.

Num comunicado conjunto, 55 países, incluindo os Estados Unidos, o Japão, o Canadá, a Austrália e muitos países europeus, declaram "condenar nos termos mais veementes" o ataque contra Alexei Navalny e instam a Rússia a "revelar de forma rápida e transparente as circunstâncias deste ataque com arma química" cometido no seu território.

A OPAQ tem 193 membros e recebeu o prémio Nobel da Paz em 2013 pelo seu trabalho a favor da destruição das armas químicas no mundo.

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