Rússia e Síria sob pressão de organização contra armas químicas
A Rússia e a Síria foram novamente confrontadas com alegações de recurso a armas químicas na reunião de hoje da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), com sede em Haia.
© Reuters
Mundo OPAQ
Moscovo foi pressionado pelos países ocidentais para revelar com "transparência" as circunstâncias do envenenamento do opositor Alexei Navalny com um agente neurotóxico do tipo Novichok.
Para a Síria foram pedidas sanções, após os investigadores da OPAQ terem acusado o regime de Damasco de ataques com gás sarin em 2017.
A Rússia e a Síria têm rejeitado as acusações, afirmando que as potências ocidentais politizaram o trabalho da organização.
A Síria não respeitou o prazo de 90 dias fixado em julho para revelar as armas utilizadas nos ataques contra a localidade de Lataminah e declarar o que tem armazenado, disse hoje na reunião o diretor-geral da OPAQ, Fernando Arias.
Damasco "não cumpriu qualquer das obrigações" que lhe foram impostas, adiantou.
Sublinhou que continuam a existir "lacunas, incoerências e contradições" nos relatórios sobre a aplicação pela Síria do acordo de 2013, no qual o regime de Bashar al-Assad se comprometia a entregar todas as armas químicas após um presumível ataque com sarin que causou 1.400 mortos em Ghuta, nos arredores de Damasco.
A França propôs que a OPAQ "suspenda os direitos" da Síria - que ficaria sem direito de voto na organização - por não ter respeitado os prazos, indicou o embaixador francês Luis Vassy, adiantando que a proposta tinha o apoio de 43 países.
A Rússia, por seu turno, foi pressionada a esclarecer o envenenamento de Navalny, pelo qual os governos ocidentais responsabilizam o Kremlin.
A OPAQ confirmou a presença de indícios de Novichok, agente de uso militar desenvolvido na época soviética, em amostras retiradas ao opositor russo após a sua hospitalização em Berlim.
Arias indicou que a organização continua em negociações com Moscovo para o envio de uma equipa de investigadores à Rússia.
Num comunicado conjunto, 55 países, incluindo os Estados Unidos, o Japão, o Canadá, a Austrália e muitos países europeus, declaram "condenar nos termos mais veementes" o ataque contra Alexei Navalny e instam a Rússia a "revelar de forma rápida e transparente as circunstâncias deste ataque com arma química" cometido no seu território.
A OPAQ tem 193 membros e recebeu o prémio Nobel da Paz em 2013 pelo seu trabalho a favor da destruição das armas químicas no mundo.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com