Vice-presidente do Brasil reconhece a título pessoal vitória de Biden
O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, declarou hoje que, a título pessoal, reconhece a vitória do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais realizadas nos Estados Unidos da América (EUA), embora o Governo brasileiro ainda não se tenha manifestado.
© Reuters
Mundo EUA/Eleições
"Como indivíduo, eu reconheço [a vitória de Biden], mas temos de olhar que eu não respondo pelo Governo [do Brasil]. Como indivíduo, eu julgo que a vitória do Joe Biden está cada vez mais sendo irreversível", disse Mourão, em entrevista à Rádio Gaúcha.
A declaração não reflete a posição do Governo liderado pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que anda não se pronunciou sobre as eleições nos EUA.
Bolsonaro evita se manifestar enquanto o pleito não está oficialmente decido porque é um admirador do atual Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, derrotado por Biden no sufrágio segundo as projeções dos 'media' norte-americanos.
Nos seus únicos comentários sobre o processo eleitoral nos EUA, Bolsonaro criticou Biden, gerando polémica durante uma cerimónia pública.
"Recentemente, vimos um grande candidato a chefe de Estado [Joe Biden] dizendo que se eu não apagar o fogo na Amazónia, ele levantará barreiras comerciais contra o Brasil. Como vamos lidar com tudo isso?", questionou Bolsonaro na terça-feira.
"Não basta a diplomacia. Quando acabar a saliva, tem de haver pólvora. Nem precisa usar pólvora, mas tem de saber que sim", acrescentou o Presidente brasileiro.
Bolsonaro referia-se a uma declaração de Biden no primeiro debate contra Trump, em 30 de setembro, quando o democrata disse que o Brasil tinha de deter a destruição da Amazónia e, caso não fizesse isso, poderia enfrentar consequências económicas significativas.
O Brasil é um dos poucos países que ainda não reconheceu Biden como presidente eleito nos EUA, que nesta sexta-feira foi parabenizado pela China.
O mesmo silêncio ainda é mantido pela Rússia e alguns governos muito próximos dos Estados Unidos, como o México.
Na segunda-feira Mourão havia dito que o Governo espera "que acabe aquela confusão de discussões, tenham ou não votos falsos, para se posicionar e transmitir, no momento certo, os parabéns do Brasil a quem for eleito".
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