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Durão acredita que há "forças suficientes" na UE para derrotar populismo

O antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso disse hoje não estar "excessivamente preocupado" com o crescimento dos partidos populistas, mostrando-se convicto de que há "forças suficientes" na União Europeia para ganhar a batalha contra o populismo.

Durão acredita que há "forças suficientes" na UE para derrotar populismo
Notícias ao Minuto

13:14 - 30/10/20 por Lusa

Mundo Europa

"Não estou excessivamente preocupado com o crescimento desses partidos populistas. Claro que não gosto, mas não estou preocupado. Acho que há forças suficientes no campo democrático, e no campo democrático 'mainstream', para resistir e para manter os nossos regimes pluralistas abertos e manter também uma convicção europeia forte", sustentou.

Numa formação sobre a próxima presidência portuguesa da UE organizada pela Lusa, Durão Barroso evidenciou as responsabilidades dos partidos 'mainstream' no crescimento do populismo no bloco comunitário, considerando que aqueles "falharam em muitas coisas", nomeadamente ao não serem "capazes de dar uma resposta convincente na questão da crise dos refugiados" e na questão social, "como reação à crise das dívidas soberanas".

"Se nós falhámos, vamos ver em que é que falhámos e vamos corrigir, vamos ser melhor nós próprios, e, depois, se o fizermos, e se formos democratas, com certeza vamos ter o apoio necessário. Acho que há forças suficientes para ganhar esta batalha contra os populismos, venham lá eles de onde vierem", avaliou.

Para o antigo presidente da Comissão Europeia (2004-2014), na Europa, o populismo cresceu, essencialmente, por dois caminhos: "um foi o caminho identitário, em larga medida por causa do afluxo de refugiados e imigrantes ilegais", em que se impôs a via da identidade nacional contra estrangeiros", e o outro o económico-social, como reação às políticas de austeridade e, por conseguinte, à rejeição "de muitas das premissas de uma economia moderna".

"O populismo é uma realidade muito complexa, que ao fim e ao cabo consiste na simplificação abusiva de problemas complexos, procurando fazer apelos a sentimentos primários e que se alimenta de muitos e contraditórias tendências, que vão desde o nacionalismo à xenofobia, passando pelo nativismo, pelo protecionismo, pelo chauvinismo", sustentou Barros

"Isso, por vezes, tem uma cor mais de extrema direita, nomeadamente quando toca em aspetos de nacionalismo e até de xenofobia, para não dizer de racismo. Mas também tem conotações mais de extrema esquerda, quando é com propostas completamente irrealistas, contra uma economia de mercado, uma economia moderna e mais eficiente. Temos esse problema", diferenciou.

Durão Barroso mostrou-se, contudo, convicto de que os partidos populistas já não estão "com o mesmo tipo de crescimento" na UE e de que, neste momento, a situação está "mais favorável outra vez aos partidos de centro-direita ou centro-esquerda, o chamado 'mainstream', ainda que haja uma fragmentação partidária muito grande, que vai continuar com outras evoluções, que tem a ver com a questão sociológica e da educação".

Embora ressalvando que "esses partidos vão ter mais dificuldade em integrar tantas contraditórias questões numa sociedade mais complexa", o ex-presidente do executivo comunitário definiu como "boa notícia" o crescimento a nível comunitário dos chamados partidos verdes, tendencialmente pró-UE.

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