"Hoje vamos concentrar-nos em questões internacionais, particularmente no Mediterrâneo Oriental e na nossa relação com a Turquia. Queremos mais estabilidade e mais previsibilidade", afirmou Charles Michel, falando à chegada à cimeira extraordinária que decorre até sexta-feira em Bruxelas.
Frisando que a UE está "totalmente solidária com a Grécia e Chipre na proteção e defesa dos seus direitos soberanos", Charles Michel indicou existirem "várias opções em cima da mesa" relativamente à Turquia.
"Estamos disponíveis para discutir o assunto de forma positiva e teremos oportunidade de decidir qual será a orientação que permitirá à UE conseguir atingir os nossos objetivos", concluiu.
Os chefes de Governo e de Estado da UE reúnem-se entre hoje e sexta-feira em Bruxelas para tentar chegar a acordo sobre a aplicação de sanções aos repressores na Bielorrússia, num processo bloqueado por Chipre.
Após a 'luz verde' dada pelo Conselho da UE em agosto passado, a lista de medidas restritivas relativamente à Bielorrússia tem de ser formalmente aprovada por unanimidade para ficar em vigor, processo que o Chipre está a bloquear por exigir medidas semelhantes contra a Turquia, dada a crise do Mediterrâneo oriental.
Numa altura de tensão em Minsk, caberá aos líderes europeus acordar sobre estas sanções à Bielorrússia, num processo negocial que várias fontes europeias anteveem como longo.
As mesmas fontes frisam que caberá ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, salientar o apoio incondicional da UE a Chipre e à Grécia relativamente às investidas da Turquia, esperando-se que, através da via diplomática e da promessa de um reforço de sanções a Ancara, Nicósia ceda e aprove as medidas restritivas para a Bielorrússia.
As presidenciais de 9 de agosto na Bielorrússia deram a vitória a Alexander Lukashenko, no poder há 26 anos, o que é contestado pela oposição e não é reconhecido pela UE.
Nesta cimeira europeia, que foi adiada por uma semana devido ao isolamento de Charles Michel por ter tido contacto com um funcionário infetado com covid-19, grande parte dos assuntos estarão, então, relacionados com a crise do Mediterrâneo oriental.
As tensões entre Ancara e Atenas e Nicósia têm vindo a subir de tom devido às perfurações ilegais turcas nas zonas económicas especiais da Grécia e do Chipre, reclamadas pela Turquia.