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Vaticano defende razões de renovação de tratado com a China

O gabinete de comunicação do Vaticano divulgou hoje um artigo defendendo os motivos de renovação do acordo com a China, sobre a nomeação de bispos, a poucas horas da visita de chefe da diplomacia dos EUA, Mike Pompeo.

Vaticano defende razões de renovação de tratado com a China
Notícias ao Minuto

18:00 - 29/09/20 por Lusa

Mundo Vaticano

Recentemente, Mike Pompeo, que chega hoje ao Vaticano para reuniões diplomáticas, criticou os sinais de aproximação entre o Vaticano e a China, validados por um acordo assinado em 22 de setembro de 2018, relativo à nomeação de bispos.

Nos termos deste acordo, o papa é reconhecido como chefe da igreja católica na China, depois de, até então, terem existido duas organizações católicas naquele país assiático: uma gerida pela Associação Católica Patriótica, com 60 bispos, e uma outra, clandestina, gerida pelo Vaticano e com 30 bispos.

Para chegar ao acordo com Pequim, o papa Francisco aceitou anular a excomunhão de sete bispos nomeados por Pequim, reconhecendo-os dentro da igreja católica.

A poucas horas da chegada de Pompeo ao Vaticano, para uma visita de Estado, o diretor do gabinete de comunicação da Santa Sé, Andrea Tornielli, publicou um artigo na página 'online' da instituição, em que justifica este acordo com a China, explicando que o tratado teve "resultados positivos, embora limitados", e sugere que ele deve ser prolongado no tempo.

Embora o papa Francisco não receba Mike Pompeo durante esta visita, como fez em outubro do ano passado, o secretário de Estado norte-americano reunirá no Vaticano com o cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, e com o secretário das Relações com os Estados, Paul Gallagher.

Recentemente, Pietro Parolin explicou que a intenção do Vaticano, no acordo com Pequim, é propor às autoridades chinesas uma prorrogação do acordo de 2018, dando continuidade dos fundamentos do tratado, para posteriormente verificar a sua real utilidade para a igreja católica.

"Parece-me que foi traçado um rumo que vale a pena continuar. Mas veremos", disse Parolin, numa declaração que foi de imediato criticada por Mike Pompeo, onde o chefe da diplomacia norte-americana convidada o papa a não renovar o acordo com Pequim, alegando que a sua assinatura "colocaria em risco a autoridade moral da Santa Sé".

No artigo hoje divulgado, o Vaticano esclarece que o acordo "não se refere diretamente às relações diplomáticas entre a Santa Sé e a China (interrompidas desde 1956), nem ao estatuto jurídico da igreja católica chinesa, nem às relações entre o clero e as autoridades chinesas".

"O acordo provisório refere-se exclusivamente ao processo de nomeação dos bispos, questão essencial para a vida da igreja e para a comunhão dos pastores da Igreja Católica chinesa com o Bispo de Roma e os bispos do mundo", clarifica o artigo de Tornielli.

"O objetivo do acordo provisório nunca foi meramente diplomático e menos ainda político, mas sempre genuinamente pastoral: o seu propósito é permitir que os fiéis católicos tenham bispos em plena comunhão com o sucessor de Pedro e que, ao mesmo tempo, seja reconhecido pelas autoridades da República Popular da China", conclui o diretor de comunicação.

O Vaticano sempre defendeu que o acordo se destinava a promover a unidade dos católicos chineses, já que o controle das autoridades chinesas tinha causado o fenómeno das chamadas comunidades "clandestinas", que tentavam escapar ao controlo da política religiosa do governo.

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