O ataque efetuado por drones ocorreu pelas 14h18 locais (12h18 em Lisboa) num edifício residencial e vitimou também a mulher e os quatro filhos de Al-Sultan, bem como outros moradores, segundo a agência espanhola EFE.
"Qualquer crime contra o pessoal médico e humanitário confirma a metodologia sangrenta e a insistência premeditada em atingi-los direta e deliberadamente", afirmou em comunicado o Ministério da Saúde de Gaza, que também confirmou a morte do diretor do hospital indonésio.
Israel ainda não se pronunciou sobre o ataque.
Al-Sultan dirigiu o hospital indonésio de Beit Lahia durante a guerra, um dos principais hospitais da região norte do enclave e um dos mais resistentes, até que o avanço das tropas israelitas (depois de rompido o cessar-fogo a 18 de março) obrigou ao seu encerramento.
O hospital foi alvo de ataques diretos em numerosas ocasiões e sofreu vários cercos por parte do exército, juntamente com os outros dois hospitais da região norte, Kamal Adwan e Al Awda, que ainda permanecem abertos apesar de estarem desocupados uma vez que a maior parte do seu pessoal teve de fugir.
Uma das últimas informações sobre o cerco ao hospital indonésio antes do seu encerramento surgiu a 18 de maio quando o próprio Al-Sultan avisou que os drones israelitas estavam a disparar contra quem se deslocasse no centro.
O diretor do Kamal Adwan, Husam Abu Safiya, permanece numa prisão israelita, sem que se saiba o seu estado de saúde, depois de ter sido detido durante um dos cercos ao hospital, em 27 de dezembro.
O Gabinete de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA) afirma que apenas 17 dos 36 hospitais da Faixa de Gaza (47%) continuam "parcialmente" operacionais, nenhum deles no norte do enclave.
O Serviço de Saúde de Gaza calcula que mais de 1.580 profissionais de saúde foram mortos (incluindo alguns humanitários) desde que Israel lançou a sua ofensiva em Gaza, em outubro de 2023.
A ofensiva israelita foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do grupo islamita Hamas a Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e fez perto de 250 reféns.
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