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Bandeira francesa queimada no Paquistão em protesto contra Charlie Hebdo

Cem manifestantes queimaram hoje a bandeira francesa num protesto no Paquistão contra a última edição da revista satírica Charlie Hebdo, que republicou as polémicas caricaturas do profeta Maomé que motivaram o atentado à sua redação.

Bandeira francesa queimada no Paquistão em protesto contra Charlie Hebdo
Notícias ao Minuto

15:24 - 03/09/20 por Lusa

Mundo Charlie Hebdo

Outros protestos estão a ser planeados para sexta-feira no Paquistão, onde a questão da blasfémia é muito importante.

Os manifestantes reuniram-se na cidade de Muzaffarabad, capital da Caxemira controlada pelo Paquistão, e gritavam frases como "Parem de latir, cães franceses" ou "Parem o Charlie Hebdo".

"O Governo do Paquistão deveria cortar imediatamente as relações diplomáticas com a França", disse o religioso Mohammad Zaman.

A manifestação terminou sem violência, depois de uma bandeira francesa ter sido pisada e incendiada.

Várias outras manifestações estão planeadas após as orações de sexta-feira, incluindo uma em Lahore (leste), promovida pelo partido extremista Tehreek-e-Labbaik Paquistan (TLP), cuja luta contra a blasfêmia é a principal arma política.

A embaixada de França no Paquistão pediu aos seus cidadãos que "fiquem longe de todas as manifestações" e "evitem todas as viagens" na sexta-feira.

A blasfémia é uma questão muito delicada no Paquistão, o segundo país muçulmano mais populoso, com quase 220 milhões de habitantes, onde até mesmo alegações não comprovadas de ofensa ao Islão podem levar a assassínios e linchamentos.

Em 2015, a publicação de uma caricatura do profeta Maomé na publicação satírica Charlie Hebdo causou furor entre muitos muçulmanos, que consideraram a caricatura uma blasfémia, levando a publicação a ser alvo dos extremistas islâmicos no mesmo ano. 

O atentado contra a redação da publicação e os ataques que se seguiram ocorreram entre os dias 07 e 09 de janeiro de 2015. 

O julgamento sobre os atentados de janeiro de 2015 em França, incluindo à revista satírica Charlie Hebdo, começou na quarta-feira em Paris, cinco anos após os ataques de extremistas islâmicos que fizeram 17 mortos.  

Para assinalar o início do julgamento, a revista voltou a publicar as mesmas caricaturas do profeta Maomé que fizeram da publicação um alvo dos extremistas islâmicos em 2015.

Para além do ataque ao Charlie Hebdo levado a cabo pelos irmãos Kouachi e no qual morreram 12 pessoas, estão também em causa os ataques perpetrados por Amedy Coulibaly: a morte de uma polícia em Montrouge, nos arredores da capital, e a morte de outras quatro pessoas num supermercado, também nos arredores de Paris.

Os irmãos Kouachi como Coulibaly, que terão coordenado os seus ataques, foram mortos pela polícia após os seus atentados.

Os 14 acusados, três dos quais vão ser julgados à revelia, estão processados pelo apoio logístico que forneceram aos irmãos Said e Chérif Kouachi e a Améddy Coulibaly, autores dos ataques contra a revista e que iniciaram uma onda de atentados extremistas em França. 

Este julgamento, considerado histórico pela justiça francesa deve terminar no dia 10 de novembro

Os três acusados que vão ser julgados à revelia são Hayat Boudemeddien e os irmãos Belhoucine que supostamente se refugiaram na região entre o Iraque e a Síria logo após os atentados. 

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