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Migrantes que aportaram em Lampedusa estão no cais à espera de quarentena

Vários pequenos barcos com cerca de 250 migrantes tunisinos aportaram em Lampedusa, Itália, nas últimas 24 horas, apesar de a pequena ilha não ter espaço para os colocar em quarentena obrigatória, disseram hoje autoridades locais.

Migrantes que aportaram em Lampedusa estão no cais à espera de quarentena
Notícias ao Minuto

17:21 - 01/08/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Apesar de Itália obrigar todos os viajantes que chegam de fora da União Europeia a ficar de quarentena, para evitar contágios de covid-19, a ilha já não tem espaço para colocar os migrantes, pelo que os 250 migrantes se encontram desde sexta-feira no cais.

Os migrantes não podem ficar à deriva em embarcações frágeis, à espera até que o Governo envie um barco onde possam ficar em confinamento durante 14 dias, afirmou o autarca de Lampedusa, Toto Martelo, citado pelo jornal siciliano Giornale di Sicília.

O centro de acolhimento de migrantes da ilha foi construído para acolher um máximo de 95 pessoas, mas, quando estes migrantes chegaram, já lá estavam 950, adiantou Toto Martello.

Por isso, admitiu, os migrantes mais recentes vão permanecer no cais até que o barco prometido pelo Governo para fazer a quarentena chegue ou que seja encontrada outra solução.

Segundo o presidente da câmara da ilha, um total de 250 barcos com 5.000 migrantes chegou a Lampedusa no último mês, sendo que muitos dos passageiros foram transferidos para centros de acolhimento na Sicília ou colocados em barcos comerciais para fazer a quarentena.

"Não entendo porque é que o primeiro-ministro não declara estado de emergência" em Lampedusa, disse Martello ao jornal.

Muitos dos migrantes têm ligações a locais onde foram recentemente registados surtos de infeções por coronavírus pelo que as autoridades de saúde receiam que o número de novos casos confirmados de covid-19, que estava contido em junho, possa voltar a ficar fora de controlo em Itália.

Os migrantes que fogem da má situação económica que se vive na Tunísia não são habitualmente considerados elegíveis para asilo, já que a Itália tem um acordo de repatriamento com a Tunísia, que implica voos semanais para enviar de volta à origem aqueles que não obtiverem permissão para ficar.

Os voos foram suspensos durante o confinamento em Itália, mas retomados em 16 de julho.

Ainda assim, os tunisinos continuam a navegar em direção a Itália, normalmente em pequenos barcos de pesca suficientemente resistentes para chegar às margens de Lampedusa e, de vez em quando, acabam por atracar nas praias onde os turistas estão a nadar.

A ministra do Interior da Itália, Luciana Lamorgese, disse ao jornal Corriere della Sera que a Itália está a tentar acordar com o Governo da Tunísia o uso de barcos para aumentar o número de repatriamentos semanais.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 680 mil mortos e infetou mais de 17,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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