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Federação diz que futuro do jornalismo está nas mãos da sociedade

O presidente da Federação Internacional de Jornalistas (IFJ, na sigla em inglês), Younes Mjahed, disse hoje que o futuro do jornalismo está nas mãos da sociedade, que, no meio da pandemia, se voltou para os meios de comunicação tradicionais.

Federação diz que futuro do jornalismo está nas mãos da sociedade
Notícias ao Minuto

21:04 - 20/07/20 por Lusa

Mundo Jornalismo

Durante a conferência internacional "O Futuro do Jornalismo, Jornalistas e suas Organizações: Onde Vamos", promovida pela Associação Nacional de Jornalistas do Peru (ANP), no âmbito do 92.º aniversário da sua criação, Mjahead sublinhou que, para se informar sobre o progresso da covid-19, a sociedade não procurou as redes sociais, mas, sim, os tradicionais meios de comunicação.

Na sua intervenção, Younes Mjahed salientou que as empresas de comunicação social e os jornalistas também sofreram com a crise económica provocada pela pandemia, com despedimentos, condições de trabalho precárias e encerramentos de meios de comunicação social, apesar de estarem a produzir mais informação.

O presidente da IFJ assinalou que os jornalistas "enfrentam uma contradição", porque se por um lado "os cidadãos recorrem agora mais à imprensa profissional, informação que vem de jornalistas qualificados, do que de redes sociais", por outro "há uma crise, a sociedade quer a imprensa", mas está-se "num quadro de crise económica".

"O futuro do jornalismo não está apenas nas mãos dos jornalistas, associações e empresas, é uma questão, um problema, de toda a sociedade, está nas mãos do povo", enfatizou Mjahed.

A pandemia provocou a morte de 46 jornalistas e outros profissionais de comunicação peruanos, de acordo com informação avançada, em junho, pelo Colégio de Jornalistas de Lima. Peru é o sexto país do mundo com maior número de contágios de covid-19, com mais de 350.000 casos e mais de 13.000 mortes.

Relativamente à desinformação nas redes sociais sobre a pandemia, Mjahed destacou: "É verdade que estamos a viver uma situação humana difícil, é trágico, mas há um regresso ao jornalismo, aos meios de comunicação clássicos, pode ser uma situação provisória, mas temos de reforçar isso".

Na opinião do presidente do IFJ, é necessário "iniciar um diálogo nacional sobre o futuro da imprensa", porque já existem sindicatos que começaram a negociar com os seus governos e obtiveram resultados, embora provisoriamente.

Younes Mjahed deu o exemplo do seu país, Marrocos. "Pedimos subsídios estatais para a imprensa, com condições, para lhes dar [aos jornalistas] proteção social, salários, e para lutar contra a precariedade" no jornalismo, salientou.

O presidente da IFJ encorajou a olhar para "as facilidades fiscais de cada país", porque considerou que "há possibilidades de ajudar a imprensa".

"Estamos interessados no futuro do jornalismo, que as empresas continuem, que não fechem, mas os subsídios têm de ser orientados para os jornalistas, têm de assinar o acordo coletivo, não expulsar jornalistas", acrescentou, depois de ter frisado que o sindicalismo no setor deve ser reforçado.

Outra questão pendente para os trabalhadores da imprensa, considera Mjahed, é "adaptar a estrutura organizacional para este momento", em que muitos países estão a avançar para o desconfinamento e reativação de atividades, após um período de quarentena para controlar a doença.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 606 mil mortos e infetou mais de 14,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

As medidas para combater a pandemia paralisaram setores inteiros da economia mundial e levaram o Fundo monetário Internacional a fazer previsões sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 4,9% em 2020, arrastada por uma contração de 8% nos Estados Unidos, de 10,2% na zona euro e de 5,8% no Japão.

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