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Presidente de S. Tomé pede união política nos 45 anos de independência

O Presidente são-tomense, Evaristo Carvalho, apelou hoje a "um entendimento político nacional", para que avancem as reformas necessárias e se encontrem soluções para os problemas do país, no dia em que assinala 45 anos de independência.

Presidente de S. Tomé pede união política nos 45 anos de independência
Notícias ao Minuto

18:47 - 12/07/20 por Lusa

Mundo S. Tomé

No ato solene que assinalou no palácio presidencial a efeméride mais importante do país, Evaristo Carvalho defendeu que a união política é fundamental para que o "poder possa empreender as grandes reformas necessárias, com a participação da oposição e envolvimento da sociedade civil, na busca de soluções para os grandes problemas nacionais".

Num olhar sobre os 45 anos da independência, o chefe de Estado afirmou que o país tem uma função pública com "excesso de pessoal e pouco eficiente, devido à falta de rigor, indisciplina e com evidentes sinais de corrupção de um bom número de seus agentes".

O Presidente destacou a "fraca autoridade do Estado, e indisciplina na sociedade com níveis preocupantes, em larga medida como resultado da existência de muitos responsáveis colocados em níveis de decisão não assumirem as suas responsabilidades, descartando-as de forma inadmissível".

Apesar das fragilidades, Evaristo Carvalho acredita que "é perfeitamente possível as ilhas terem uma economia robusta, pleno emprego, assente na agricultura e na prestação de serviços, incluindo o turismo", mas lamentou que a "excessiva politização e partidarização" da administração pública desencoraje muitos quadros competentes e os leve a emigrar.

O chefe de Estado defendeu a reforma das Forças de Defesa, Segurança e Ordem Interna, "dando origem a uma estrutura moderna, voltada principalmente para a segurança das pessoas e bens, assim como da Zona Económica Exclusiva".

Sublinhando que São Tomé e Príncipe é uma democracia consolidada após 45 anos de independência, o Presidente da República referiu os progressos alcançados em setores como a educação e a saúde, sublinhando, no entanto, a necessidade de sua "consolidação".

"Reduzimos drasticamente o analfabetismo, a taxa de alfabetização no país situa-se entre as maiores do continente africano, massificámos o ensino, desenvolvemos uma rede de estabelecimentos de ensino pré-escolar e básico em toda a extensão do território nacional. Praticamente todas as crianças em idade escolar estão inseridas no sistema", acrescentou.

O Presidente referiu ainda que os diferentes indicadores de saúde revelam, na sua maioria, "avanços significativos, colocando São Tomé e Príncipe entre os melhores em África", com uma esperança média de vida de 65 anos, 10 acima da média africana, mas assumiu que "a prestação dos cuidados é ainda de nível baixo e não satisfaz as necessidades da população".

O chefe de Estado também lamentou a situação da agricultura, sublinhando que, apesar dos progressos alcançados na implementação do cacau biológico, a produção dos três principais produtos de exportação à data da independência, designadamente o cacau, copra e café, "baixou dramaticamente".

"A pesca, apesar de muitas ajudas recebidas no âmbito da cooperação internacional, é um setor que registou poucas melhorias", afirmou ainda.

Evaristo Carvalho disse que os pescadores continuam a realizar a faina pesqueira com o mesmo tipo de embarcação e equipamentos de 1975, e até mesmo de muitos anos antes da independência.

O chefe de Estado entende que "os níveis de produção da pesca artesanal continuam baixíssimos", porque "o país não desenvolveu capacidades para captura, transformação e exportação de tunídeos e outras espécies de pescado" que abundam na Zona Económica Exclusiva são-tomense.

Sobre a Justiça, Evaristo Carvalho reconheceu que "não inspira confiança aos cidadãos".

"Apesar dos múltiplos apelos já feitos, e oriundos de toda a parte, parece-me ser necessário, mais uma vez, relembrar aos seus agentes, a todos os níveis, que o que o país espera deles está muito longe do que estão a oferecer à nação", disse o Presidente.

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