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NASCAR: Nó de forca colocado na garagem de piloto negro. Caso investigado

O Departamento de Justiça anunciou a abertura de uma investigação. Bubba Wallace, que se juntou ao coro de protestos contra o racismo e violência policial após a morte de George Floyd, assegurou que esta ameaça não vai quebrá-lo e que não vai "desistir" de lutar por aquilo em que acredita.

NASCAR: Nó de forca colocado na garagem de piloto negro. Caso investigado
Notícias ao Minuto

20:45 - 22/06/20 por Fábio Nunes

Mundo Racismo EUA

Foi encontrado este domingo o nó de uma forca na garagem do piloto NASCAR Bubba Wallace, na pista de Talladega, no estado do Alabama. Segundo a CNN, o Departamento de Justiça norte-americano já abriu uma investigação a este caso.

"O gabinete do procurador dos Estados Unidos do distrito norte do Alabama, o FBI e a divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça estão a analisar a situação em torno do nó de forca encontrado na garagem de Bubba Wallace para determinar se ocorreram violações da lei federal", sublinhou o procurador Jay E. Town, através de um comunicado. 

"Independentemente das acusações federais que possam ser aplicadas, este tipo de ação não tem lugar na nossa sociedade", acrescentou o procurador. 

A NASCAR também já tinha anunciado uma investigação a este caso. "Estamos zangados e revoltados, e não conseguimos demonstrar de forma suficiente o quão seriamente estamos a encarar este ato hediondo. Lançámos imediatamente uma investigação, e vamos fazer de tudo para identificar a(s) pessoa(s) responsável e eliminá-la do desporto", salientou a organização de desportos motorizados. 

A NASCAR referiu à CNN que a área das garagens das equipas é restrita e apenas o pessoal essencial deve ter acesso à mesma, o que inclui elementos das equipas, membros da NASCAR, seguranças e profissionais de saúde. 

"Isto não vai quebrar-me", garante Bubba Wallace

Bubba Wallace é o único piloto negro no principal circuito da NASCAR e mostrou-se bastante ativo nas últimas semanas no seu apoio ao movimento Black Lives Matter e face aos protestos após a morte de George Floyd, chegando mesmo a envergar uma t-shirt onde se liam as derradeiras palavras de Floyd: "I can't breathe" ("Eu não consigo respirar"). 

Também pediu à NASCAR para proibir as bandeiras da Confederação nas suas provas, algo a que a organização respondeu afirmativamente

Este domingo, após ter sido encontrado o nó de forca na sua garagem, reagiu através do Twitter. O piloto descreveu este ato como "desprezível" e disse que o deixou "muito triste", mas que também reforçou a sua ideia do longo caminho a percorrer enquanto sociedade e do "quão persistentes temos de ser no combate contra o racismo". 

E não deixou dúvidas sobre a sua determinação nesta luta. "Isto não vai quebrar-me, não vou desistir nem vou recuar. Vou continuar a defender orgulhosamente aquilo em que acredito", acrescentou Bubba Wallace. 

LeBron James, a estrela da NBA, foi um dos desportistas que manifestou logo o seu apoio a Wallace, tendo considerado o ato "doentio". "Fica a saber que não estás sozinho! Estou aqui contigo, assim como todos os outros atletas", escreveu no Twitter. 

Símbolos da Confederação continuam presentes

Apesar dos recentes esforços da NASCAR, este domingo foi possível ver uma bandeira da Confederação na pista de Talladega. E nas imediações do traçado do Alabama venderam-se bandeiras e outro merchandising que alude à Confederação. 

Notícias ao MinutoBandeiras da Confederação e de apoio a Trump para as eleições de 2020 junto à pista de Talladega© Getty Images

Sinal de que a luta contra o racismo e para alterar mentalidades nos Estados Unidos ainda tem muitos obstáculos para ultrapassar. 

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