NASCAR: Nó de forca colocado na garagem de piloto negro. Caso investigado
O Departamento de Justiça anunciou a abertura de uma investigação. Bubba Wallace, que se juntou ao coro de protestos contra o racismo e violência policial após a morte de George Floyd, assegurou que esta ameaça não vai quebrá-lo e que não vai "desistir" de lutar por aquilo em que acredita.
© Getty Images
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Foi encontrado este domingo o nó de uma forca na garagem do piloto NASCAR Bubba Wallace, na pista de Talladega, no estado do Alabama. Segundo a CNN, o Departamento de Justiça norte-americano já abriu uma investigação a este caso.
"O gabinete do procurador dos Estados Unidos do distrito norte do Alabama, o FBI e a divisão de Direitos Civis do Departamento de Justiça estão a analisar a situação em torno do nó de forca encontrado na garagem de Bubba Wallace para determinar se ocorreram violações da lei federal", sublinhou o procurador Jay E. Town, através de um comunicado.
"Independentemente das acusações federais que possam ser aplicadas, este tipo de ação não tem lugar na nossa sociedade", acrescentou o procurador.
A NASCAR também já tinha anunciado uma investigação a este caso. "Estamos zangados e revoltados, e não conseguimos demonstrar de forma suficiente o quão seriamente estamos a encarar este ato hediondo. Lançámos imediatamente uma investigação, e vamos fazer de tudo para identificar a(s) pessoa(s) responsável e eliminá-la do desporto", salientou a organização de desportos motorizados.
A NASCAR referiu à CNN que a área das garagens das equipas é restrita e apenas o pessoal essencial deve ter acesso à mesma, o que inclui elementos das equipas, membros da NASCAR, seguranças e profissionais de saúde.
"Isto não vai quebrar-me", garante Bubba Wallace
Bubba Wallace é o único piloto negro no principal circuito da NASCAR e mostrou-se bastante ativo nas últimas semanas no seu apoio ao movimento Black Lives Matter e face aos protestos após a morte de George Floyd, chegando mesmo a envergar uma t-shirt onde se liam as derradeiras palavras de Floyd: "I can't breathe" ("Eu não consigo respirar").
Também pediu à NASCAR para proibir as bandeiras da Confederação nas suas provas, algo a que a organização respondeu afirmativamente.
Este domingo, após ter sido encontrado o nó de forca na sua garagem, reagiu através do Twitter. O piloto descreveu este ato como "desprezível" e disse que o deixou "muito triste", mas que também reforçou a sua ideia do longo caminho a percorrer enquanto sociedade e do "quão persistentes temos de ser no combate contra o racismo".
E não deixou dúvidas sobre a sua determinação nesta luta. "Isto não vai quebrar-me, não vou desistir nem vou recuar. Vou continuar a defender orgulhosamente aquilo em que acredito", acrescentou Bubba Wallace.
— Bubba Wallace (@BubbaWallace) June 22, 2020
LeBron James, a estrela da NBA, foi um dos desportistas que manifestou logo o seu apoio a Wallace, tendo considerado o ato "doentio". "Fica a saber que não estás sozinho! Estou aqui contigo, assim como todos os outros atletas", escreveu no Twitter.
Sickening! @BubbaWallace my brother! Know you don’t stand alone! I’m right here with you as well as every other athlete. I just want to continue to say how proud I am of you for continuing to take a stand for change here in America and sports! @NASCAR I salute you as well! https://t.co/1TwkjVHai5
— LeBron James (@KingJames) June 22, 2020
Símbolos da Confederação continuam presentes
Apesar dos recentes esforços da NASCAR, este domingo foi possível ver uma bandeira da Confederação na pista de Talladega. E nas imediações do traçado do Alabama venderam-se bandeiras e outro merchandising que alude à Confederação.
Bandeiras da Confederação e de apoio a Trump para as eleições de 2020 junto à pista de Talladega© Getty Images
Sinal de que a luta contra o racismo e para alterar mentalidades nos Estados Unidos ainda tem muitos obstáculos para ultrapassar.
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