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Ruanda expulsa 2 diplomatas por comemorarem genocídio em véspera de luto

O Ruanda anunciou hoje que pediu a dois diplomatas belgas para deixarem o país, acusando-os de organizarem uma comemoração do genocídio, que ocorreu em 1994, um dia antes de começar o luto nacional e sem informarem as autoridades.

Ruanda expulsa 2 diplomatas por comemorarem genocídio em véspera de luto
Notícias ao Minuto

18:32 - 02/06/20 por Lusa

Mundo Ruanda

Num comunicado, o Governo do Ruanda adiantou que os diplomatas organizaram a comemoração em 06 abril.

O genocídio no Ruanda, que matou mais de 800 mil Tutsis e Hutus que tentaram protegê-los, teve início em 07 de abril.

Os diplomatas assinalavam a morte dos 10 soldados de manutenção da paz belgas que foram mortos em 07 de abril, enquanto tentavam proteger o primeiro-ministro ruandês Agathe Uwilingiyimana, que foi morto no mesmo dia. A embaixada belga não se pronunciou até agora sobre o assunto.

Em 06 de abril fez anos que o avião do Presidente Juvenal Habyarimana foi abatido sobre a capital, Kigali, provocando o genocídio.

O calendário das comemorações é altamente sensível para o Governo do Ruanda, uma vez que alguns autores, ou apoiantes do genocídio, alegam que um genocídio contra os Hutus começou no dia em que o avião foi abatido.

Alguns dos principais atos que marcam as cerimónias de comemoração, como a descida da bandeira nacional, que fica a meia haste, estão previstos na lei e, por isso, "não podem ser feitos sem seguirem os procedimentos corretos", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Ruanda.

"O Governo do Ruanda protestou junto do Governo da Bélgica, que decidiu chamar os dois diplomatas", acrescentou na nota.

Naphtal Ahishakiye, secretário executivo da organização dos sobreviventes do genocídio, a Ibuka, disse à agência de notícias Associated Press que os diplomatas belgas enganaram-se ao realizar uma comemoração nesse dia, antes do início do massacre.

"Como podem eles começar a comemorar algo que não aconteceu?", perguntou um sobrevivente do genocídio, Emmanuel Ingabire. "Os diplomatas estão a ser arrogantes", rematou.

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