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Lar de idosos em França isolou-se durante quase 50 dias e não teve casos

À medida que a crise da covid-19 progredia em França, especialmente nos lares de idosos, uma residência sénior perto de Lyon decidiu isolar-se do mundo durante quase 50 dias, tendo hoje anunciado que nenhum caso foi detetado naquela instituição.

Lar de idosos em França isolou-se durante quase 50 dias e não teve casos
Notícias ao Minuto

15:17 - 04/05/20 por Lusa

Mundo Covid-19

Durante 47 dias e noites, uma equipa de 13 funcionários e 106 residentes deste lar de idosos situado nos arredores de Lyon, a terceira maior cidade de França, mantiveram-se fechados nas instalações da instituição, sem qualquer contacto exterior, e cumpriram um isolamento rigoroso.

Hoje, segundo relatou a agência norte-americana Associated Press (AP), a longa quarentena de quase 50 dias terminou em tom de celebração, uma vez que todos os funcionários e residentes do lar tiveram testes negativos ao novo coronavírus.

"Conseguimos", afirmou à AP a responsável pela gestão do lar, Valerie Martin, acrescentando: "Todos os dias, todas as horas, eram uma vitória".

Em declarações à AP, Valerie Martin afirmou que prometeu a si mesma que a história deste lar de idosos seria diferente em relação a muitas outras residências seniores, nomeadamente em França, que testemunharam a morte de milhares de utentes.

Só em França - onde o confinamento está em vigor desde o dia 17 de março -, o número de vítimas mortais associadas à covid-19 registadas em lares de idosos ultrapassa as nove mil.

"Eu disse não. Não no meu lar. Os meus residentes ainda têm muito que viver", disse Valerie Martin.

"Não quero que este vírus mate estas pessoas que já passaram por tanta coisa", reforçou a responsável.

Durante o período de confinamento, foram registados quatro óbitos neste lar de idosos, sendo que nenhum está aparentemente ligado ao novo coronavírus, de acordo com Valerie Martin.

A média de idades nesta residência sénior situa-se nos 87 anos e os óbitos registados não foram inesperados, segundo referiu a responsável.

Uma vez que os funcionários do lar e os utentes cumpriram juntos o isolamento, e nunca saíram para o exterior, a instituição não precisou de confinar as pessoas nos respetivos quartos ou em outras áreas, permitindo o convívio e passeios numa zona exterior que integra a residência.

Tal situação, segundo relatou Valerie Martin, permitiu poupar os residentes a sentimentos relacionados com a solidão ou com o isolamento.

Os utentes só ficaram isolados nos respetivos quartos durante os dois primeiros dias, enquanto os funcionários realizavam uma desinfeção geral às instalações do lar.

Segundo a AP, e após quase 50 dias fechados com os utentes do lar, os cuidadores dos idosos, que se autodefiniram como "felizes em confinamento", irão agora regressar às respetivas famílias e casas.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias France Presse (AFP), a pandemia de covid-19 já provocou mais de 247 mil mortos e infetou mais de 3,5 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de um milhão de doentes foram considerados curados.

Os últimos dados conhecidos indicam que França registou, até à data, 24.895 mortos e mais de 168 mil casos de infeção.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

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