O Governo "tomou conhecimento da morte de 64 cidadãos encontrados num contentor, mais 14 vivos, etíopes", disse Filimão Suazi, porta-voz do Conselho de Ministros, no final da reunião ordinária do órgão, em Maputo.
Segundo referiu, o Estado moçambicano contactou a embaixada da Etiópia para serem tratados os trâmites legais ligados à ocorrência.
As vítimas estavam dentro de um contentor de mercadorias carregado num camião oriundo do Maláui e intercetado num posto de controlo de peso em Mussacama, no distrito de Moatize, relataram fontes policiais à Lusa.
Agentes forçaram a abertura do contentor, depois de os sobreviventes terem começado a bater no contentor e a gritar.
"Os colegas perceberam que havia uma coisa estranha pela 01:00 (23:00 em Lisboa) ao falarem com os motoristas", disse Amélia Direito, porta-voz dos serviços provinciais de Migração de Tete.
O motorista e o ajudante do camião, que receberam 35 mil meticais (487 euros) para o transporte dos imigrantes, foram detidos pela Polícia, que continua as buscas pelo intermediário que facilitou a entrada clandestina dos imigrantes.
A fronteira de Zobuè entre Moçambique e Maláui, no distrito de Moatize, tem sido um corredor privilegiado para imigrantes ilegais que tentam chegar à África do Sul, atravessando parte de território moçambicano, em busca de melhores condições de vida.