Organização alerta para detenções na Arábia Saudita por "corrupção"
A Human Rights Watch (HRW) manifestou hoje inquietação após a detenção na Arábia Saudita de cerca de 300 funcionários por "corrupção" e alertou contra os "procedimentos judiciais não equitativos".
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Mundo Human Rights Watch
Diversos responsáveis militares e judiciais incluem-se entre os 298 funcionários do Estado detidos por corrupção e desvio de um total de 379 milhões de rials (92 milhões de euros), indicou no domingo o Nazaha, organismo estatal de luta contra a corrupção.
"A luta contra a corrupção não é um pretexto para violar os procedimentos de uma forma flagrante e impedir as pessoas de prepararem a sua defesa de forma adequada", considerou Michael Page, diretor-adjunto para o Médio Oriente da ONG de direitos humanos com sede em Nova Iorque.
"Atendendo aos seus antecedentes em matéria de abusos, as autoridades sauditas deveriam proceder a reformas fundamentais do seu sistema judicial", acrescentou o responsável da HRW.
Segundo o Nazaha, as detenções ocorreram após uma investigação penal promovida por este organismo e dirigido a 674 funcionários.
No entanto, o Nazaha não designa os suspeitos nem precisa quando decorreu o inquérito. A data das detenções também não foi revelada.
Estas detenções inserem-se nas últimas medidas governamentais no âmbito da campanha anticorrupção desencadeada pelo poderoso príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o dirigente de facto do reino.
Dezenas de personalidades, acusadas de corrupção, foram detidas em 2017 e 1018.
Estas novas detenções surgem dez dias após a prisão de três príncipes, incluindo o irmão e o sobrinho do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud.
Segundo um responsável árabe e um responsável ocidental citados pela agência noticiosa AFP, são acusados de conspiração para derrubar Mohammed bin Salman.
Uma fonte próxima do palácio afirmou por sua vez que a prisão dos três príncipes constitui uma mensagem contra qualquer ato de dissidência.
Nos últimos anos, o príncipe herdeiro consolidou o seu poder e ordenou a detenção de eminentes dirigentes religiosos e militantes, e ainda de príncipes e influentes homens de negócios.
Mohammed bin Salman, através do controlo dos principais pilares do Governo, da Defesa e da economia, pretende eliminar todos os vestígios de dissidência interna antes de aceder formalmente ao trono saudita.
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