Desarmar rebeldes na República Centro-Africana não é fácil
As tropas francesas estacionadas desde o fim de semana na República Centro-Africana (RCA) já começaram a desarmar os rebeldes, mas a tarefa não vai ser fácil, advertiu o ministro dos Negócios Estrangeiros da França.
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Mundo Tropas
"A tarefa não vai ser fácil. O problema é que muitos dos rebeldes trocaram os uniformes por roupas civis, e é difícil identificar indivíduos", disse Laurent Fabius numa entrevista à France Inter Radio.
O anúncio do início do desarmamento foi feito pelo chefe do Exército, que afirmou que o processo está a decorrer com tranquilidade, apesar de uma pequena troca de tiros hoje de manhã entre soldados e homens armados, perto do aeroporto.
A França está a enviar 1.600 soldados para a sua antiga colónia, que mergulhou no caos desde que os rebeles tomaram o poder, havendo relatos de que decorrem violações e mortes em lugares públicos em larga escala.
O ministro francês acrescentou que o antigo líder dos rebeldes e agora presidente interino Michel Djotodia tem vindo a apelar aos antigos correligionários para entregarem as armas, mas alguns não o seguiram e estão a impor um reino de terror no país, principalmente no interior.
A capital, Bangui, não escapou à violência, havendo relatos de 400 mortos nos últimos três dias, acrescentou o governante.
"Explicámos a toda a gente na rádio e em outros meios disponíveis que eles têm de devolver as armas", disse Fabius. "Se isto não criar uma pressão suficiente, então vamos usar a força", advertiu.
O envio de tropas francesas para África acontece pela segunda vez este ano, depois do Mali, país onde os franceses intervieram para parar a violência entre islamitas e rebeldes tuaregues na capital, Bamako.
Apesar de assegurar que a França não pode fingir que não vê o que se passa na sua antiga colónia, os responsáveis franceses têm sido acusados de intervir apenas por motivos políticos e económicos, principalmente tendo em conta a situação financeira do país, tendo respondido que o custo das operações é "mínimo", na medida em que as tropas já estão estacionadas em países vizinhos da RCA.
"Se não interviéssemos rapidamente, o custo seria muito mais alto", disse, argumentando que "se em vez de umas centenas de mortos, tivéssemos dezenas de milhares, teríamos de intervir à mesma num país que estaria completamente destruído".
A França, diz, não está a liderar a operação, mas sim a apoiar os 2.500 soldados de outros países africanos que têm, em última análise, a responsabilidade de conduzir as operações, concluiu o ministro dos Negócios Estrangeiros francês.
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