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Abolição da pena de morte na Guiné Equatorial "está concluída"

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) disse hoje que o Presidente da Guiné Equatorial lhe assegurou que o projeto de revisão do Código Penal, com abolição da pena de morte, está pronto para ir ao parlamento.

Abolição da pena de morte na Guiné Equatorial "está concluída"
Notícias ao Minuto

13:24 - 10/03/20 por Lusa

Mundo CPLP

"Falámos sobre direitos humanos, nomeadamente sobre a questão da abolição da pena de morte e ele disse-me que aquilo que tinha a fazer já fez, que foi assinar a moratória sobre a pena de morte, em vigor já há anos no país, não havendo [por isso] execuções há vários anos", afirmou Francisco Ribeiro Telles numa entrevista à Lusa de balanço sobre a visita de quatro dias, concluída no sábado, e durante a qual teve uma reunião de 40 minutos com o chefre de Estado equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, precisamente no último dia.

Além disso, o Presidente da Guiné Equatorial informou que o que "existe agora é um projeto do Governo que vai ser submetido ao parlamento e que é uma reforma profunda do Código Penal", e que "inclui a abolição da pena de morte" no país, adiantou ainda o secretário-executivo da CPLP.

"Se isso vai a tempo de poder ser apresentado, onde ele poderá anunciar, na cimeira de Luanda [da CPLP, marcada para setembro] eu não sei", comentou Ribeiro Telles, aludindo à possibilidade de Teodoro Obiang anunciar esta medida na conferência de chefes de Estado e de Governo do bloco lusófono deste ano.

A abolição da pena de morte era uma das medidas previstas no roteiro de adesão do país como membro efetivo da CPLP, em 2014, mas ainda não aconteceu.

Segundo o embaixador, no encontro de sábado, que ocorreu na cidade administrativa, no continente da Guiné Equatorial, e não em Malabo, capital, o Presidente Obiang sublinhou que "esse projeto [de reforma do Código Penal] já está pronto para ser enviado ao parlamento".

Do seu lado, o secretário-executivo da CPLP diz ter manifestado a necessidade de que "fossem dados passos substantivos para a plena integração" do país como estado-membro desta organização desde 2014.

O secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Ribeiro Telles, realizou uma visita oficial à Guiné Equatorial entre 4 e 7 de março.

Antes de partir para Malabo, Francisco Ribeiro Telles admitiu à Lusa que pretendia debater "tudo", incluindo questões de direitos humanos e pena de morte com as autoridades da Guiné Equatorial.

Sublinhando que esta deslocação se inclui num conjunto de visitas que tem vindo a fazer aos Estados-membros da CPLP, o diplomata adiantou que neste país tinha também por objetivo "discutir" com as autoridades equato-guineenses "o novo programa de apoio à integração da Guiné Equatorial" ao bloco lusófono.

Um programa que ficou decidido por todos os Estados-membros na reunião do Conselho de Ministros realizado em julho do ano passado na cidade cabo-verdiana do Mindelo, e que deverá ser discutido e aprovado pelos chefes da diplomacia ou mesmo na cimeira de Luanda.

Durante a visita, Ribeiro Telles reuniu-se com outros responsáveis, nomeadamente o ministro dos Assuntos Exteriores e Cooperação e com o terceiro vice-primeiro-ministro do Governo, responsável pelos direitos humanos.

O secretário-executivo também participou na cerimónia de encerramento do "Seminário de Formação aos Funcionários sobre Pontos Focais", "proferido pelos colaboradores do secretariado-executivo da CPLP a funcionários equato-guineenses", e que presidida pelo primeiro-ministro da Guiné Equatorial, responsável pela coordenação administrativa.

Além disso, visitou a Universidade Afroamericana de Djibloho e as cidades de Mongomo e de Ebibeyin.

Integram ainda a organização Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

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