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Quem são os principais candidatos na corrida à Casa Branca?

Donald Trump não deverá ter adversários à altura na corrida que escolherá o candidato presidencial republicano, mas está tudo em aberto no Partido Democrata, a poucos dias do início das primárias para a Casa Branca.

Quem são os principais candidatos na corrida à Casa Branca?
Notícias ao Minuto

13:05 - 01/02/20 por Lusa

Mundo Eleições EUA

No dia 3 de fevereiro, o 'caucus' do Iowa revelará os primeiros indicadores sobre quem serão os candidatos dos dois principais partidos na corrida presidencial marcada para exatamente nove meses mais tarde, em 03 de novembro.

Distribuídos por cerca de duas mil mesas, de braço no ar, os eleitores de ambos os partidos escolherão os delegados dos 99 concelhos do Estado do Iowa, depois de terem debatido as qualidades e os deméritos de cada candidato.

Donald Trump não deverá ter grande dificuldade em se afirmar nos recintos onde se reúnem os militantes republicanos, que o escolherão quase por consenso, a menos que haja grande surpresa no julgamento político que decorre no Senado, onde é acusado de abuso de poder e de obstrução ao Congresso.

Nas primárias do Partido Republicano estão inscritos quatro candidatos: o empresário Rocky de la Fuente, da Califórnia; o ex-congressista Joe Walsh, do Illinois; o ex-governador de Massachusetts Bill Weld e o atual presidente dos EUA, Donald Trump.

Em alguns Estados poderão aparecer ainda os nomes de Bob Ely, um investidor, e Zoltan Istvan, um ativista transumanista, mas Donald Trump não deverá ter grande concorrência e chegará à convenção nacional do partido, na Carolina do Norte, em agosto, com a candidatura de reeleição garantida.

Desde que iniciou oficialmente a sua campanha eleitoral, em 18 de junho de 2019, Trump já angariou mais de 100 milhões de dólares (cerca de 90 milhões de euros) e nem os baixos índices de popularidade, a nível nacional, lhe têm tirado o ânimo para percorrer o país em vários comícios.

Trump tem escolhido os palcos mais fáceis, em Estados do 'bible belt' (a zona evangelista tradicionalista e conservadora), procurando reforçar a sua imagem de estadista com obra feita, repetindo ou adaptando vários 'slogans' da campanha de 2016 (passou de 'Make America Great' para 'Keep America Great' -- Tornar a América Grande para Manter a América Grande) e voltando às suas bandeiras eleitorais mais eficazes: a imigração e a economia.

Donald Trump tem vários milhões de seguidores na sua conta pessoal da rede social Twitter e vai anunciando os seus feitos e ameaças à velocidade dos 140 carateres dos 'posts' em que aplica alcunhas aos seus adversários políticos, para os tentar diminuir ou caricaturar.

'Sleepy Joe' (dorminhoco Joe) serve para Joe Biden, o ex-vice-presidente de Barack Obama, que aparece nas sondagens do Partido Democrata como o melhor candidato para derrotar Donald Trump, mas que o presidente retrata como um candidato idoso (tem 78 anos) e sem energia.

Para Bernie Sanders, Trump escolheu 'Crazy Bernie' (maluco Bernie), referindo-se às ideias mais radicais daquele que é, juntamente com Elizabeth Warren e Joe Biden, um dos candidatos com melhores hipóteses de chegar como vencedor à convenção nacional democrata, em Wisconsin, em julho.

Bernie Sanders e Elizabeth Warren representam a fação mais à esquerda do Partido Democrata e unem-nos as suas propostas de serviço de saúde universal e gratuito, mesmo para os milhões de imigrantes ilegais que residem nos EUA.

Aquilo que os separa é a forma de financiamento dos muitos milhares de milhões de dólares de custo desse serviço, mas o mais moderado Joe Biden considera que qualquer das alternativas é irrealizável e aposta em remodelar o Obamacare modelo que ajudou a implementar no mandato de Barack Obama e que Trump tem tentado anular.

Nas fileiras democratas, a poucos dias do 'caucus' do Iowa, ainda há 14 candidatos dispostos a tentar uma corrida presidencial e todos partilham o objetivo de travar Trump e a sua política protecionista e conservadora.

Biden, Warren e Sanders têm usado os debates televisivos para atacar o presidente em quase todas as frentes, desde a política internacional (criticando as opções no Médio Oriente, de relacionamento com o Presidente russo ou de negociação com o ditador Kim Jong-un da Coreia do Norte) à política de imigração (onde Trump continua a insistir na construção de um muro na fronteira com o México).

A economia é um dos trunfos políticos de Trump, que na sua conta pessoal da rede social Twitter tem feito rasgados elogios ao resultado dos seus esforços, salientando os recordes das bolsas de valores e o bem desempenho dos fundos de pensões.

Mas nem por isso, os principais candidatos democratas desarmam nessa importante frente de campanha política, com as figuras mais radicais, como Bernie Sanders e Elizabeth Warren a delinearem planos alternativos aos cortes de impostos decretados por Trump.

Bernie Sanders apresenta-se como um "socialista democrata" e um progressista, colocando o combate às desigualdades sociais como um dos principais alvos da sua estratégia económica e defendendo uma reforma laboral que ele considera tardar.

Nascido no seio de uma família trabalhadora de origem judaica, Sanders foi um ativista pelos direitos civis, nos anos 60, e chegou a mayor de Burlington, Vermont, em 1981, onde cumpriu três mandatos, antes de chegar à Câmara de Representantes, em 1990, e ao Senado, em 1996.

A sua candidatura presidencial, em 2016, trouxe-lhe notoriedade e popularidade (tendo vencido 23 eleições primárias e perdendo na fase final para Hillary Clinton), dando visibilidade às suas ideias mais radicais, que partilha agora com Elizabeth Warren.

Warren, 70 anos, era uma professora de direito especializada em legislação de falências de bancos, antes de iniciar a sua carreira política, em 1995, tendo chegado ao Senado em 2012, tornando-se a primeira mulher a ocupar o cargo pelo relevante Estado do Massachusetts.

A senadora apresenta-se agora na corrida à Casa Branca com uma longa lista de propostas reformadoras do sistema, que inclui planos para reduzir dívidas de estudantes universitários ou planos para ajudar agricultores em dificuldades, num mercado aberto e competitivo.

A sua maior divergência com Joe Biden reside na política externa, onde Warren tem uma posição muito crítica sobre a intervenção dos EUA em cenários de conflitos, onde o antigo vice-Presidente de Obama teve posições bem mais intervencionistas.

Joe Biden, 77 anos, opôs-se à Guerra do Golfo, em 1991, mas defendeu intervenções militares dos EUA e da NATO na guerra da Bósnia e esteve sempre ao lado de Obama nos momentos em que a Casa Branca defendeu posições de intervenção multilateral para salvaguarda dos interesses norte-americanos, como aconteceu na Síria e no Afeganistão.

Antes de chegar à Casa Branca em 2008, Biden tinha estado no Senado, desde 1973, onde ocupou vários cargos relevantes, nomeadamente no Comité Judiciário, e já tinha tentado uma candidatura presidencial, em 1988, tentando tornar-se o Presidente mais jovem desde John F. Kennedy.

Quando Obama terminou o seu segundo mandato, muitos esperavam que o seu vice avançasse numa corrida presidencial, em 2016, mas Biden preferiu retirar-se da política, invocando razões pessoais e guardando um capital político que ele agora reclama, repetindo muitas vezes a sua experiência ao lado do ex-presidente democrata e salientando o apoio que recolhe no eleitorado de minorias.

Biden apresenta-se como o mais moderado dos candidatos com melhores intenções de voto nas sondagens, mostrando-se como um político preocupado com a segurança nacional e invocando a experiência política para se posicionar como estadista preparado para um mundo imprevisível e instável.

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