Jornal dinamarquês recusa pedir desculpa após caricatura de coronavírus
A embaixada da China na Dinamarca exigiu que o jornal peça desculpas pela publicação de uma caricatura satírica sobre o novo coronavírus (2019-nCoV).
© Reuters
Mundo Polémica
O jornal dinamarquês Jyllands-Posten fez saber esta quarta-feira que recusa pedir desculpa à China, depois de ter publicado uma caricatura satírica sobre o novo coronavírus (2019-nCoV), que já matou 132 pessoas na China. O cartoon saiu na segunda-feira e mostrava uma bandeira chinesa e no lugar das cinco estrelas amarelas figuravam desenhos que representariam o coronavírus.
A embaixada chinesa na Dinamarca não gostou e chamou à caricatura "um insulto à China" que "magoa os sentimentos" do seu povo, segundo comunicado da embaixada, acrescentando que o cartoon ultrapassa "os limites éticos do liberdade de expressão".
No entanto, o editor-chefe do Jyllands-Posten, Jacob Nybroe, deu conta de que não "sonharia" troçar da situação na China, mas continuou a rejeitar um pedido de desculpas. "Não podemos pedir desculpa por algo que não consideramos ser errado. Não tivemos intenção de insultar ou troçar, nem consideramos que o desenho o faz. Daquilo que vejo, trata-se de perceções culturais diferentes", garantiu numa nota citada pelo Telegraph.
Vrede kinesere: »Vi står overfor en alvorlig humanitær katastrofe, så kommer JP med sådan en respektløs tegning« https://t.co/V3NLXa190u pic.twitter.com/TwgJb2Sxdl
— Jyllands-Posten (@jyllandsposten) January 28, 2020
Várias figuras políticas dinamarquesas apoiaram o jornal, incluindo o primeiro-ministro Mette Frederiksen, que ao jornal Politiken referiu que "há liberdade de expressão na Dinamarca. Também para desenhar".
O jornal não é estranho a polémicas do género. Já em setembro de 2005 publicou 12 caricaturas de Maomé, incluindo uma com um turbante armado com explosivos, que causou meses depois um conflito político entre a Dinamarca e o mundo islâmico, incluindo ataques a representações dinamarquesas e boicote comercial de produtos deste país nórdico. Também na altura o jornal e o Governo dinamarquês rejeitaram a exigência de desculpas de vários países islâmicos, apelando ao seu direito à liberdade de expressão.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com