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Turquia impede Chipre de participar em sessão do desarmamento

A Turquia impediu hoje Chipre de participar na qualidade de observador numa sessão da Conferência do desarmamento em Genebra, num contexto de crescentes tensões entre os dois países.

Turquia impede Chipre de participar em sessão do desarmamento
Notícias ao Minuto

16:36 - 21/01/20 por Lusa

Mundo Turquia

A Conferência do desarmamento, que inclui 65 países, é uma instância multilateral independente das Nações Unidas mas instalada na sede das Nações Unidas em Genebra, apesar de não ser integrada por todos os Estados-membros da ONU.

Os países podem, no entanto, participar nas sessões como observadores. Chipre, que não é membro da Conferência, pediu para participar na sessão, à semelhança de outros Estados.

Devido à oposição da Turquia, apenas foi recusado o pedido apresentado pela República de Chipre, um Estado-membro da União Europeia (UE).

O representante turco explicou que, em ocasiões anteriores, o seu país não tem impedido a participação de Chipre na Conferência, limitando-se a exprimir um protesto escrito no final de cada sessão.

No entanto, a situação alterou-se, com o representante de Ancara a sublinhar que "este ano a Turquia não apoiará este pedido particular". Os Estados Unidos e a UE lamentaram a decisão de Ancara.

"É lamentável que a Turquia tenha decidido impedir Chipre de participar nos trabalhos da Conferência", declarou o embaixador norte-americano presente na Conferência, Robert Wood, antes de exortar a Turquia a "reconsiderar" esta posição.

A decisão da Turquia surge em plena disputa em torno das reservas de gás e petróleo ao largo de Chipre, a ilha dividida do Mediterrâneo oriental e onde permanecem forças militares turcas na sua parte norte (um terço do território) desde o conflito de 1974, e onde em novembro de 1983 foi autoproclamada a República Turca de Chipre do Norte (RTCN).

A Turquia tem intensificado nos últimos meses as iniciativas no Mediterrâneo oriental, onde a descoberta de importantes jazidas de gás suscitou o apetite dos países da região e de grandes companhias internacionais.

Neste contexto, o acordo concluído no final de novembro em Istambul pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, e o chefe do Governo de Tripoli, Fayez al-Sarraj, motivou fortes críticas de diversos países, em particular da Grécia, Chipre, Egito e Israel.

Segundo Ancara, este acordo permite à Turquia manter as suas reivindicações sobre algumas jazidas e influenciar o projeto de gasoduto EastMed, que prevê a exportação para a Europa central de gás israelita e que atravessaria a zona reivindicada pelos turcos.

O projeto do gasoduto EastMed foi assinado no início de janeiro pela Grécia, Chipre e Israel, apesar da hostilidade da Turquia a este acordo.

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