Londres e Washington questionam credibilidade de eleições na Tanzânia
Os Estados Unidos e o Reino Unido manifestaram hoje preocupação com possíveis irregularidades nas eleições locais na Tanzânia, questionando a credibilidade do escrutínio, no qual 99% dos lugares foram ganhos pelo partido do Presidente, John Magufuli.
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Mundo Tanzânia
Na maioria dos casos, os candidatos do Chama Cha Mapinduzi (CCM), o partido no poder, não tinham opositores nas eleições de domingo.
Segundo dados oficiais, o CCM conquistou 99% dos cerca de 16.000 postos de chefia dos bairros e aldeias envolvidos nestas eleições, que ocorrem um ano antes das presidenciais a que Magufuli será candidato a um segundo mandato.
Para Washington e Londres, os obstáculos colocados pelas autoridades tanzanianas aos candidatos da oposição minam a confiança no resultado das eleições.
"Este desenvolvimento perturbador põe em causa a credibilidade do processo eleitoral e os seus resultados", disse, em comunicado, a embaixada norte-americana na Tanzânia.
Por seu lado, a alta comissária britânica Sarah Cooke considerou ainda que os esforços "coordenados" das autoridades para bloquear os candidatos da oposição impediram a realização de eleições "livres, justas e transparentes".
O Chadema, o principal partido da oposição, decidiu não participar nas eleições, explicando que os seus candidatos tinham sido intimidados ou sujeitos a regras destinadas a bloquear as suas candidaturas. Cinco outros pequenos partidos juntaram-se ao boicote.
Apelidado de "Tingatinga" ('bulldozer' em suaíli), o Presidente Magufuli tem-se destacado, desde que tomou posse no final de 2015, na sua posição inflexível na luta contra a corrupção, sendo também criticado pelo seu autoritarismo.
No final de outubro, a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch registaram recuos nas liberdades fundamentais sob o seu regime, denunciando o aumento da repressão contra a comunicação social, a sociedade civil e a oposição.
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