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Putin oferece-se para mediar impasse na construção de barragem no Nilo

O Presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu-se hoje para coordenar a ajuda militar e projetos económicos em África, aceitando ainda mediar o impasse para a construção de uma barragem no Nilo, que afeta Egito e Etiópia.

Putin oferece-se para mediar impasse na construção de barragem no Nilo
Notícias ao Minuto

19:34 - 24/10/19 por Lusa

Mundo Rússia

O porta-voz da administração russa, Dmitry Peskov, afirmou que Putin abordou a problemática da barragem em reuniões separadas com o Presidente egípcio, Abdel-Fattah El-Sisi, e com o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed.

Ainda assim, a mesma fonte não referiu se a oferta para a mediação foi aceite por alguns dos dois líderes africanos.

A vontade russa foi mostrada durante o I Fórum Económico Rússia-África, que termina hoje em Sochi, na Rússia, com que a administração de Putin pretende reforçar a influência no continente africano e que contou com 43 dos 53 chefes de Estado de África.

O primeiro-ministro etíope manifestou-se hoje confiante numa solução que permita ultrapassar o conflito com o Egito, criado pelo início da construção de uma barragem no Nilo pela Etiópia.

Em declarações à comunicação social etíope, Abiy Ahmed afirmou no final de uma reunião com o Presidente egípcio, Abdel-Fattah El-Sisi, à margem da cimeira Rússia-África, em Sochi, que a Etiópia e o Egito desejam "colaborar no projeto numa forma que beneficie os dois lados".

"Não temos quaisquer problemas em manter negociações políticas, seja com quem for, isso não irá interromper o trabalho da comissão técnica", afirmou.

A tensão entre os dois países relacionada com a prossecução dos trabalhos na "Grande Barragem da Renascença Etíope", no Nilo Azul, que será o maior projeto hidroelétrico de África se vier a ser concluído um investimento na ordem dos quatro mil milhões de dólares [3,6 mil milhões de euros], tem vindo a aumentar nas últimas semanas.

O pico da tensão terá sido atingido na terça-feira, com a afirmação de Abiy Ahmed -- Prémio Nobel da Paz deste ano --, segundo a qual a Etiópia poderia "alistar muitos milhões de pessoas" na eventualidade de qualquer confronto militar com o Egito.

Os dois países têm vindo a desenvolver esforços para alcançar um acordo sobre como encher o reservatório da barragem através de uma solução que assegure um fluxo de água confiável para o Egito, que depende em mais de 90% do Nilo para fornecimento de água fresca.

O encontro entre os dois responsáveis, hoje de manhã, na estância balnear russa no Mar Negro, patrocinado por Moscovo, é apenas o mais recente desenvolvimento internacional na disputa, que tem motivado preocupações crescentes.

O Egito tem afirmado que as negociações entraram num impasse e pediu a intervenção de um mediador externo, tendo esta semana aceitado uma proposta dos Estados Unidos da América de mediar um ciclo de novas reuniões com a Etiópia e o Sudão.

"Sendo o Egito e a Etiópia dois grandes países do continente, há algum medo de que os problemas entre os dois países possam criar instabilidade regional", concedeu hoje Abiy.

O primeiro-ministro etíope acrescentou que, "por isso, muitos países, incluindo a Rússia, ofereceram-se para mediar" o conflito, sem esclarecer se a Etiópia aceita a oferta de Washington, anunciada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros egípcio na terça-feira.

No encerramento do fórum, o Presidente russo considerou que este foi um encontro histórico.

"Resumindo os seus resultados, podemos já dizer que este evento abriu uma nova página nas relações entre Rússia e os Estados do continente africano", afirmou Vladimir Putin, que destacou que estas relações representam a principal política estrangeira russa.

Nos últimos cinco anos, o comércio anual da Rússia com África duplicou, tendo ultrapassado os 20.000 milhões de dólares (18.000 milhões de euros), um resultado que Putin espera ver duplicado nos próximos "quatro ou cinco anos".

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