Quinza anos de prisão para irmão de antigo presidente Said Buteflika
O tribunal militar da cidade argelina de Blida condenou hoje, a 15 anos de prisão, Said Buteflika, irmão do ex-presidente do país, dois antigos chefes dos serviços de informações e uma dirigente do Partido dos Trabalhadores.
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Mundo Prisão
Os dois ex-chefes dos serviços de informações são Mohamed Mediene, conhecido como "Toufik", que durante mais de 25 anos dirigiu os serviços secretos argelinos, assim como o seu sucessor, Athmane Tartag, "Bashir", como era designado. Louisa Hanoune é a dirigente partidária condenada.
A procuradoria da Argélia tinha pedido hoje 20 anos de prisão para os dois ex-chefes dos serviços de informações, para a dirigente partidária e Said Bouteflika.
"O procurador pediu a pena máxima, ou sejam 20 anos, para todos os acusados", disse uma das advogadas dos detidos, Miloud Brahimi, citada pela agência noticiosa AFP.
Said Bouteflika, irmão do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika e que se impôs como o homem forte do regime, o general "Toufik" e o seu sucessor na chefia dos serviços secretos, Athmane Tartag, e ainda Louisa Hanoune, a secretária-geral do Partido dos Trabalhadores, estavam a ser julgados por "atentado à autoridade das Forças Armadas" e "conspiração contra a autoridade do Estado".
As acusações centram-se numa reunião mantida pelos quatro em março e na qual, segundo Rachid Khane, advogado de Hanoune, foi abordada a situação política na Argélia em plenos protestos que exigiam a resignação do presidente Bouteflika, que se concretizou em 02 de abril.
De acordo com informações provenientes do atual poder argelino, os quatro eram suspeitos de terem abordado a forma de afastar do poder o atual chefe das Forças Armadas e "homem forte" do país neste conturbado período de transição, o general Ahmed Gaid Salah.
Este processo é uma consequência direta do inédito movimento de contestação ("Hirak") que se iniciou em 22 de fevereiro contra a perspetiva de um quinto mandato de Abdelaziz Bouteflika, que se mantinha no poder há 20 anos.
Após a demissão de Bouteflika, seguiu-se uma vaga de detenções em certos círculos do poder e no meio empresarial. Em paralelo, tem prosseguido a contestação, com os manifestantes a exigirem que o afastamento do conjunto das figuras do "sistema", incluindo o general Salah.
Atualmente, mantêm-se as divergências em torno da organização das eleições presidenciais para 12 de dezembro, desejado pela hierarquia militar, mas rejeitado pelo "Hirak".
Recentemente, as Forças Armadas endureceram o discurso na Argélia e intensificaram a repressão sobre os manifestantes, que na passada sexta-feira cumpriram a 31.ª semana consecutiva de protestos nas principais cidades do país. Diversos dirigentes do "Hirak" estão sob detenção.
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