Triplo homicida da Galiza: "Deixa de te fazer de vítima que já cansas"
Horas antes de cometer o crime que chocou Espanha, esta segunda-feira, o triplo homicida recorreu às redes sociais para ameaçar a ex-mulher. Recorde-se que José Luis Abet Lafuente matou a ex-mulher, a ex-sogra e a ex-cunhada.
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Mundo Espanha
O homicida que esta segunda-feira de madrugada matou três mulheres em Valga, na província espanhola de Pontevedra, em frente a duas crianças, colocou uma mensagem no mural de Facebook da ex-mulher horas antes do crime, onde lhe dizia que deixasse de se "fazer de vítima".
Recorde-se que José Luis Abet Lafuente, de 45 anos, matou a tiro a ex-mulher, Sandra, de 39 anos, a ex-sogra, María, de 58 anos, e a ex-cunhada, Alba, de 27. Estavam todas em casa de Sandra, naquela província da Galiza, assim como os dois filhos do casal, separado há três anos. As crianças de quatro e sete anos assistiram ao crime.
De acordo com o Diario de Pontevedra, José Luis Abet Lafuente, recorrendo a um perfil falso, onde se fazia passar por um filho de uma relação anterior, escreveu no mural de Sandra uma mensagem ameaçadora. "Deixa de ter fazer de vítima que já cansas" e "a mim não me manchas mais o nome" são algumas das frases empregadas, cita o mesmo diário.
O homem fez ainda várias referências, aparentemente, em relação à casa onde Sandra morava, em Valga. "Mas o que é que me perdoas, que me meteste num crédito (...)", "uma casa em nome dos teus pais, como me neguei a que me pusessem cadastro [sic], vens e pedes-me o divórcio e ainda por cima não me deixas ver os meninos".
Várias horas depois de colocar estas mensagens no Facebook de Sandra, o homicida guiou o seu carro desde a província da Corunha, onde morava, até Pontevedra, onde a ex-mulher estava com a mãe e a irmã, que a ajudavam com os filhos. Chegado a casa da ex-companheira, José Luis Abet Lafuente matou a três mulheres com uma arma de fogo, na madrugada de segunda-feira.
O El Mundo descreve, esta terça-feira, que Sandra estava dentro do seu carro com os filhos, preparado-se para ir para a escola. As crianças presenciaram tudo, a morte da mãe, no carro, da tia, que estava ao lado da viatura, e depois da avó, que estava a aproximar-se.
O assassino fugiu do local, conduzindo até à casa da mãe, onde vivia desde a separação, mas acabou por ser o próprio a contactar a Guardia Civil e a entregar-se.
A investigação está a cargo da Guardia Civil. Sabe-se para já que não havia nenhuma denúncia de violência doméstica ou de género em relação ao agressor, tendo a vítima apenas alertado a sua família para uma crescente tensão na relação entre o ex-casal.
Este crime volta a chamar a atenção para o problema da violência de género em Espanha - este ano já morreram 43 mulheres, número superior ao período homólogo, de acordo com o apurado pela Delegação do Governo para a Violência de Género.
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