"A França, a Alemanha e o Reino Unido e a Alta Representante manifestam a sua profunda preocupação com os anúncios e ações do Irão contrários aos compromissos que assumiu" no acordo nuclear de 2015, lê-se num comunicado divulgado pelo gabinete da chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Federica Mogherini.

O texto faz referência ao relatório extraordinário da AIEA, divulgado a 08 de setembro, que confirma a instalação de centrifugadoras na central nuclear de Natanz, e manifesta apreensão com "o risco" de o acordo não resistir ao efeito das sanções impostas pelos Estados Unidos ao Irão após a sua retirada unilateral do pacto.

Os europeus consideram que "os últimos desenvolvimentos sublinham a necessidade de esforços diplomáticos para reduzir a tensão e retomar o diálogo" e reiteram o seu apoio ao acordo nuclear, apelando a Teerão para que "reverta todas as atividades inconsistentes" com o pacto e "se abstenha de quaisquer novos passos" nesse sentido.

"Apelamos ao Irão que coopere com a AIEA em todas as questões relevantes, incluindo as garantias", lê-se.

A AIEA, encarregada de verificar de forma independente o respeito pelo Irão dos compromissos em matéria nuclear, aguarda atualmente informações complementares aos elementos recolhidos pelos seus inspetores em Natanz, segundo fontes diplomáticas citadas pela agência France-Presse.

O diretor interino desta agência da ONU, Cornel Feruta, pediu na segunda-feira a Teerão a "responder prontamente às questões" colocadas, embora se tenha dito "satisfeito com o tom e o conteúdo" das conversações que manteve domingo com responsáveis iranianos.

O Irão, por seu turno, acusou na quarta-feira os Estados Unidos e Israel de tentarem pressionar a AIEA, o que, advertiu, pode ser "contraproducente" para a futura cooperação entre Teerão e a agência.

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