Pouco antes do início do Haje, ponto alto do calendário muçulmano e uma das maiores concentrações religiosas no mundo, a multidão torna-se mais compacta em Meca, cidade onde nasceu o islamismo e o seu profeta Maomé há 14 séculos.
Vindos do mundo inteiro, os fiéis, vestidos de branco, chegam à cidade no oeste do reino ultraconservador para cumprirem cinco dias de ritos quase inalterados desde a época do fundador do islão.
Até terça-feira, mais de 1,8 milhões de peregrinos estrangeiros tinham sido contabilizados pelas autoridades.
O total, incluindo os que vivem na Arábia Saudita, deverá ultrapassar os 2,5 milhões, segundo a imprensa local.
Um dos cinco pilares do islão que todos os crentes devem realizar pelo menos uma vez na vida se tiverem meios, o Haje decorre este ano num contexto de tensões entre Washington e Teerão, exacerbadas por ataques ou apreensões de petroleiros na região do Golfo.
Líder dos Estados do Golfo e grande rival do Irão, a Arábia Saudita e o seu aliado norte-americano acusam Teerão de estar por trás dos ataques, o que este desmente.
Segundo a agência iraniana Tasnim, cerca de 88.550 iranianos participam este ano no Haje, apesar da ausência de relações diplomáticas entre Riade e Teerão.
Interdita aos que não são muçulmanos, Meca abriga a Caaba, uma estrutura cúbica envolta em tecido negro bordado a ouro localizada no pátio da Grande Mesquita, para a qual os muçulmanos de todo o mundo se viram durante as suas orações diárias.
Durante a peregrinação, os fiéis devem dar sete vezes a volta à Caaba e seguir uma série de ritos.
Enquanto aguardam o início do Haje, os peregrinos passeiam e rezam na Grande Mesquita.
Deslocam-se conduzidos por guias que seguram as bandeiras dos seus países.
Os dispersores de água instalados nos lugares santos ajudam a suportar as temperaturas superiores a 40 graus centígrados.
Esta gigantesca concentração religiosa representa um significativo desafio logístico e ao nível da segurança.
Riade assegura ter reforçado as medidas de segurança com a mobilização de dezenas de milhares de homens e câmaras que vigiam cada recanto dos lugares sagrados.
Em 2015, morreram cerca de 2.300 peregrinos na debandada mais violenta da história do Haje.