Grupo rebelde no Sudão rejeita acordo de partilha de poder
O grupo rebelde Frente Revolucionária Sudanesa, parte do movimento de protesto no país, afirmou hoje que não vai aceitar o acordo de partilha de poder assinado recentemente entre o Conselho Militar e a oposição civil.
© Reuters
Mundo Sudão
O grupo considera que o documento constitucional que as duas partes começaram a finalizar durante o fim de semana não inclui "princípios básicos" para alcançar a paz no Sudão.
De acordo com o grupo, citado pela Associated Press, a coligação de protesto ignorou a posição dos rebeldes e estes vão procurar alterar o acordo antes da assinatura da versão final, prevista para o próximo dia 17.
O movimento de protesto civil considera que alcançar a paz é a prioridade de um conselho de transição entre militares e civis.
O movimento civil de contestação e os dirigentes militares que detêm o poder no Sudão assinaram o texto constitucional acordado no sábado que estabelece as bases para um governo de transição nos próximos três anos.
O texto foi assinado pelo vice-presidente do conselho militar de transição, general Mohamed Hamdan Dagalo, e pelo representante da oposição civil Ahmad Rabea numa cerimónia com a presença de mediadores da Etiópia e da União Africana.
Os dirigentes militares e os líderes do movimento de contestação no Sudão chegaram no sábado a acordo sobre um texto constitucional que abre caminho a uma transferência de poder para civis, segundo o mediador da União Africana.
Em 17 de julho, e após difíceis negociações, os generais no poder e os líderes do movimento opositor já tinham chegado a acordo sobre a criação de um Conselho Soberano composto por cinco militares e seis civis e que liderará o período de transição até à realização de eleições.
As questões pendentes diziam respeito aos poderes deste Conselho Soberano, ao destacamento de forças de segurança e à imunidade dos generais envolvidos na repressão dos protestos.
O Sudão tem assistido a um movimento de contestação desde dezembro de 2018, desencadeado pelo triplicar do preço do pão, mas que se transformou em contestação ao regime e levou à destituição, em abril, do Presidente Omar al-Bashir, após 30 anos no poder.
A contestação manteve-se para reclamar um governo civil e melhores condições de vida para as populações mesmo depois da constituição de um Conselho Militar.
Desde dezembro, a repressão da contestação causou 246 mortos, incluindo 127 manifestantes em 03 de junho num acampamento em Cartum, segundo um balanço do comité de médicos.
As autoridades apresentam balanços divergentes e com números de mortos e feridos bastante inferiores.
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