A interrupção dos voos teve efeito em dezenas de voos operados por seis companhias aéreas russas e uma linha aérea georgiana.
O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou em 21 de junho um decreto que proíbe companhias aéreas de transportar passageiros russos para a Geórgia na sequência de uma vaga de manifestações na capital da Geórgia após a comparência de uma delegação de deputados russo no parlamento georgiano.
Hoje, os deputados da Duma (câmara baixa do parlamento russo) consideraram a aplicação de novas medidas após um apresentador georgiano ter injuriado em direto pela televisão o Presidente russo.
Na noite de domingo, Giorgui Gabounia, apresentador da cadeia televisiva de oposição georgiana Roustavi 2, iniciou a sua edição semanal insultando copiosamente Putin em russo.
O país do Cáucaso do sul, com uma costa aprazível e conhecido pela qualidade dos seus vinhos, recebe anualmente mais de um milhão de turistas russos.
Em junho, milhares de pessoas convergiram para o parlamento da Geórgia em protesto pelas "posições pró-russas" do Governo de Tbilissi. A polícia utilizou balas de borracha e gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que tentaram invadir o parlamento, e os confrontos provocaram 240 feridos.
Os protestos refletem os sentimentos anti-russos na Geórgia, que durante a presidência de Mikheil Saakashvili efetuou uma tentativa militar para retomar o controlo da província separatista da Ossétia do Sul, e que implicou uma guerra com a Rússia em 2008.
Na sequência do conflito, a Rússia reconheceu a independência da Ossétia do Sul e da Abkházia, outra região separatista da Geórgia, e instalou bases militares nesses territórios.
Os protestos de junho foram os mais intensos contra o movimento Sonho georgiano-Geórgia Democrática (Ko-DS, no poder desde 2012). A oposição acusa o esta partido e o líder, o bilionário Bidzina Ivanishvil, de favorecerem os interesses russos.