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Sri Lanka deve travar detenções arbitrárias e abusos contra muçulmanos

A Human Rights Watch alertou hoje as autoridades do Sri Lanka que devem pôr fim às detenções arbitrárias de muçulmanos no país, que viu crescer um discurso de ódio contra esta minoria desde os ataques no domingo de Páscoa.

Sri Lanka deve travar detenções arbitrárias e abusos contra muçulmanos
Notícias ao Minuto

09:47 - 04/07/19 por Lusa

Mundo HRW

"O Governo do Sri Lanka tem o dever de proteger os cidadãos e punir os responsáveis pelos terríveis atentados no domingo de Páscoa, mas não deve punir a comunidade islâmica por estes crimes", afirmou, em comunicado, a diretora da HRW no Sudeste Asiático, Meenakshi Ganguly.

Os ataques de 21 de abril, que tiveram como alvo igrejas lotadas de fiéis e hotéis de luxo, fizeram mais de 250 mortos e cerca de 500 feridos. Foram reivindicados por uma organização 'jihadista' local e pelo grupo extremista Estado Islâmico.

Desde então, segundo a HRW, os muçulmanos no país têm enfrentado "agressões e outros abusos por parte dos budistas nacionalistas". E o Estado - "que devia proteger os cidadãos muçulmanos" - é muitas vezes cúmplice, acusou a organização.

Para a ONG, é urgente que as autoridades e os políticos "parem de ignorar ou de explorar o discurso de ódio e a violência dirigida aos muçulmanos por membros do clero budista e outras figuras poderosas".

Sob leis antiterroristas e estados de emergência, as autoridades cingalesas já "detiveram e prenderam arbitrariamente centenas de pessoas", acusou também a ONG, que diz ter entrevistado recentemente vários ativistas, advogados e vítimas destes abusos.

"De acordo com advogados e ativistas, a grande maioria detenções está ligada à Lei de Prevenção do Terrorismo, uma lei que o governo prometeu ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas revogar", advertiu.

O direito penal também tem sido invocado para prender críticos pacíficos do budismo cingalês, refere a HRW, alertando sobre os riscos face à liberdade de expressão.

A 24 de junho, recordou a ONG, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, disse que estava "perturbada com relatos de ataques anti-muçulmanos" no Sri Lanka, incluindo "recentes declarações de alguns líderes religiosos incitando à violência, [que] constituem preocupantes indicadores de alerta".

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