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Manifestantes pedem a militares do Sudão que entreguem poder a civis

Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se hoje na capital do Sudão e um pouco por todo o país pedindo um governo civil para o país, cerca de três meses depois de o autocrata Omar al-Bashir ter sido deposto pelos militares.

Manifestantes pedem a militares do Sudão que entreguem poder a civis
Notícias ao Minuto

14:19 - 30/06/19 por Lusa

Mundo Sudão

O protesto foi convocado estudantes universitários, que têm protestado para exigir a transferência de poder dos militares para a autoridade civil.

As manifestações decorrem durante um impasse de semanas entre o Conselho Militar do Sudão, que governa o país, e os líderes dos protestos, com as conversações entre os dois lados sobre um acordo de partilha de poder a fracassar no início deste mês quando as forças de segurança usaram a força para dispersar uma concentração de manifestantes.

Pelo menos 128 pessoas foram mortas naquela operação e na repressão que prosseguiu nos dias seguintes, segundo médicos próximos da contestação. As autoridades evocaram um balanço de 61 mortos.

O Departamento de Estado norte-americano pediu no sábado ao Conselho Militar no Sudão que permita os protestos pacíficos e evite usar "qualquer tipo de violência" contra os sudaneses que devem ter direito à liberdade de expressão.

Entretanto, na passada quinta-feira, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas decidiu estender por mais quatro meses a sua missão de manutenção de paz na região de Darfur, no Sudão (UNAMID).

A ONU justificou a continuação dos capacetes azuis em Darfur com a necessidade de avaliação da evolução da situação na capital do país.

Europeus e africanos com assento no Conselho de Segurança pediram a suspensão da retirada da missão da ONU, mas a China e a Rússia pediram a sua continuação, e argumentaram com o princípio da não-interferência nos assuntos internos sudaneses.

Depois de vários meses de manifestações, em abril o exército sudanês liderou um golpe de Estado contra o Presidente, Omar al-Bashir.

Desde então, o Sudão continua a ser palco de um impasse entre o Conselho Militar e os líderes da oposição que exigem a transferência de poder para os civis.

Há um ano, o Conselho de Segurança da ONU concordou com a retirada gradual de Darfur, da sua força de paz conjunta com a União Africana, atualmente com 7.800 militares no país.

O Darfur é palco desde 2003 de conflitos entre forças sudanesas e rebeldes de minorias étnicas que se dizem "marginalizados pelo governo central".

Segundo as Nações Unidas, o conflito em Darfur deixou cerca de 300.000 mortos e mais de 2,5 milhões de deslocados.

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