"Exorto o Governo de Hong Kong a escutar as inquietações da sua população e dos seus amigos da comunidade internacional e que refletiam sobre estas medidas controversas", declarou em comunicado.
"É essencial que as autoridades promovam um diálogo construtivo e adotem medidas para preservar os direitos e as liberdades de Hong Kong, e o sue elevado grau de autonomia, que reforça a sua reputação internacional", prosseguiu o chefe da diplomacia.
A primeira-ministra Theresa May, no decurso de uma sessão de perguntas no parlamento que decorreu hoje, também considerou "vital que os acordos relacionados com a extradição estejam em conformidade com os direitos e liberdades que foram estabelecidos na declaração comum sino-britânica".
O território de Hong Kong, ex-colónia britânica, foi devolvido à China em 1997.
Nos termos do acordo de 1984 entre Londres e Pequim e que estabeleceu o regresso da região ao território da China, Hong Kong usufrui de uma semi-autonomia e de liberdades que não existem na China continental e que em teoria devem prevalecer até 2047.
No dia de hoje registaram-se confrontos violentos entre polícias e manifestantes que tentavam irromper no parlamento da cidade, onde milhares de pessoas contestavam o projeto do Governo.
Esta proposta sobre as extradições esteve na origem em finais de abril da mais importante manifestação em Hong Kong desde o "Movimento dos chapéus de chuva" de 2014.
A medida suscitou críticas de juristas, dos meios financeiros e de diplomatas ocidentais inquietos pelos seus cidadãos.
O Executivo de Hong Kong afirma que esta lei se destina a preencher um vazio jurídico e que é necessária para, designadamente, permitir a extradição para Taiwan de um natural de Hong Kong e procurado pela morte da sua companheira.
No entanto, os críticos do texto consideram que o caso deste cidadão procurado por Taiwan é apenas um pretexto para satisfazer Pequim.