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Dinheiro de Caracas no Novo Banco não deve ser desbloqueado, diz deputado

O deputado venezuelano da AD Carlos Prosperi defendeu hoje que o pedido de desbloqueio de 1.536 milhões de euros do Estado venezuelano no Novo Banco não deve ser atendido, justificando com o uso "político" do dinheiro pelo regime de Maduro.

Dinheiro de Caracas no Novo Banco não deve ser desbloqueado, diz deputado
Notícias ao Minuto

22:47 - 03/05/19 por Lusa

Mundo Venezuela

Questionado pela Lusa sobre a conta venezuelana do Novo Banco retida em Portugal, no valor de 1.543 milhões de euros, o deputado à Assembleia Nacional pelo partido Ação Democrática (AD) considera que se trata da mesma situação que acontece com as contas venezuelanas nos Estados Unidos da América.

Dezanove organizações de defesa dos direitos humanos e movimentos sociais venezuelanos foram, na quinta-feira, à Embaixada de Portugal em Caracas para pedir que o Governo português interceda para que sejam desbloqueados 1.543 milhões de euros retidos no Novo Banco.

Num comunicado enviado à agência Lusa, o Ministério das Relações Exteriores da Venezuela explica que foi entregue "uma carta onde solicitam os bons ofícios do Governo português para que sejam desbloqueados 1.543 milhões de euros que foram ilegalmente retidos na entidade financeira Novo Banco".

Sobre este pedido das associações e do Governo venezuelano, Carlos Prosperi afirmou que "não se pode entregar dinheiro a uma pessoa que está a usurpar o poder, e que usa os dinheiros dos venezuelanos para objetivos políticos e não para responder à crise e ajudar os venezuelanos".

Carlos Prosperi é um dos políticos próximos de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional. Este parlamentar esteve sentado ao lado do também autoproclamado Presidente interino da Venezuela quando este fez, hoje, uma declaração em defesa de Edgar Zambrano, vice-presidente da Assembleia Nacional.

O deputado da AD falou também da situação política atual, defendendo um governo de transição e que se façam eleições livres na Venezuela.

"Devemos dizer aos venezuelanos que queremos uma outra Venezuela, em que sejamos todos iguais e sem exclusões. Vamos continuar a lutar por esse caminho até que se consiga uma Venezuela livre e democrática", disse em declarações à Lusa no final da conferência de imprensa de Guaidó, na zona de Palos Grandes, a leste de Caracas.

Questionado sobre se tem conhecimento das conversações com os militares, neste momento de impasse político que se vive na Venezuela, o deputado Carlos Prosperi explicou que ele, como parlamentar, não participa, mas admitiu que "todos os chefes de Estado conversam com militares".

Sobre o pedido de apoio do opositor Leopoldo López à Embaixada de Espanha em Caracas, o deputado limitou-se a dizer que o político "procurou um refúgio, como aconteceu com outros dirigentes políticos".

"É uma decisão de Leopoldo. O senhor Maduro [Presidente da Venezuela] diz que ele violou uma das garantias que tinha, mas hoje o Presidente Guaidó disse que ele é que decide quem indulta e não, e serão os organismos competentes a decidir", declarou.

Carlos Prosperi acrescentou que Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, "é mais um perseguido" como tantos outros, simplesmente porque "defende uma mudança de poder".

A crise política na Venezuela agudizou-se, na terça-feira, quando o autoproclamado Presidente Juan Guaidó, que é apoiado por cerca de 50 países, incluindo os Estados Unidos da América, desencadeou um ato de força contra o regime de Nicolás Maduro em que envolveu militares e para o qual apelou à adesão popular.

O regime de Maduro, que tem o apoio da Rússia, além de Cuba, Irão, Turquia e alguns outros países, ripostou considerando que estava em curso uma tentativa de golpe de Estado e não houve progressos na situação, aparentemente dominada pelo regime.

Nicolás Maduro, que tem sido alvo de forte contestação nas ruas, mas que aparentemente continua a controlar as instituições, viu as chefias militares confirmaram-lhe a lealdade, mantendo a situação do país num impasse.

Pelo menos cinco manifestantes morreram, três dos quais menores, e 239 ficaram feridos nos protestos que se seguiram ao levantamento liderado por Guaidó, segundo informações das Nações Unidas.

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