ONU condena "nos termos mais firmes" execuções na Arábia Saudita
A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, condenou hoje "nos termos mais firmes" a execução de 37 pessoas condenadas por terrorismo na Arábia Saudita.
© Reuters
Mundo Michelle Bachelet
Michelle Bachelet denunciou que as autoridades sauditas foram advertidas sobre "a ausência do devido processo e garantias no julgamento" dos executados.
A Alta Comissária manifestou o seu repúdio pelas execuções e também pela forma como estas ocorreram, nomeadamente o facto de que os condenados terem sido decapitados e de o corpo ter sido depois exposto publicamente.
Segundo Bachelet, a maioria dos 37 homens - todos de nacionalidade saudita - pertenciam à minoria xiita muçulmana e de acordo com as informações disponíveis, três eram menores quando foram condenados à morte.
Também a Amnistia Internacional condenou as execuções e indicou que o reino saudita, que segue uma versão rigorosa do islamismo sunita, está entre os líderes dos países que aplicam a pena de morte no mundo, atrás da República islâmica do Irão xiita.
No relatório mundial sobre a pena de morte para o ano de 2018, a organização de defesa dos direitos humanos refere que atrás da China - que não publica estatísticas - os países com maior uso de execuções são Irão (253), Arábia Saudita (149), Vietname (85) e Iraque (52).
A Arábia Saudita executou, na terça-feira, 37 pessoas condenadas por terrorismo, execuções que decorreram em cinco regiões do país, anunciou o ministério do Interior.
De acordo com o ministério, estas execuções massivas foram concretizadas na capital Riade, nas cidades santas de Meca e Medina, na região sunita de Al-Qassim (centro) e na província oriental onde se concentra a minoria xiita.
Os condenados, todos de nacionalidade saudita, foram considerados culpados de "terem adotado o pensamento terrorista extremista" e de "terem formado células terroristas", afirmou o ministério numa nota divulgada pela agência oficial SPA.
Na Arábia Saudita as execuções são geralmente aplicadas por decapitação, e o ministério anunciou que um dos condenados foi de seguida crucificado, um tratamento reservado aos autores de crimes considerados particularmente graves.
As anteriores execuções massivas na Arábia Saudita remontam a janeiro de 2016, quando 47 pessoas, também condenadas por terrorismo, incluindo o chefe religioso xiita Nimr Baqer al-Nimr, foram mortas no mesmo dia.
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