No arranque da segunda reunião do Grupo Internacional de Contacto sobre a Venezuela, hoje na capital do Equador, Quito, Mogherini prometeu que a comunidade internacional continuará a procurar "ajudar o povo venezuelano a encontrar uma solução pacífica e venezuelana para a crise no país, através de eleições livres e credíveis".

O Grupo Internacional de Contacto reúne hoje pela segunda vez, após um encontro em Montevideu, em fevereiro passado, juntando 16 delegações de países da Europa e da América Latina, que incluem oito ministros de Negócios Estrangeiros, incluindo o português, Augusto Santos Silva.

A chefe da diplomacia europeia elogiou os "esforços dos países anfitriões da região", nomeando em particular o Equador, por terem recebido "milhões de refugiados e migrantes".

Mogherini destacou o papel de liderança do Equador na procura de um mecanismo de coordenação regional para a questão dos refugiados, plasmado da Declaração de Quito, sobre mobilidade humana e migração venezuelana.

A diplomata referiu ainda a preocupação partilhada pelos participantes no encontro de Quito sobre a "deterioração das condições económicas e sociais" na Venezuela, que anunciam "sinais de possível escalada de violência".

Mogherini enfatizou a "firme rejeição" de uso de força para enfrentar a crise nas ruas venezuelanas e criticou a violação de direitos humanos e liberdades fundamentais, a que, disse, se assiste diariamente na Venezuela.

"Pedimos a plena restauração da ordem constitucional, democrática e de estado de direito em relação aos privilégios e imunidades de todos os membros da Assembleia Nacional (Parlamento)", acrescentou, referindo-se às recentes detenções de deputados e do chefe de gabinete do autoproclamado Presidente interino, Juan Guaidó.

Na reunião de hoje, espera-se que os delegados conheçam em primeira mão os resultados de duas comissões de contacto criados pelo Grupo e que realizaram reuniões com "todos os atores relevantes na Venezuela".

A Alta Representante da União Europeia informou que nas últimas semanas se encontrou com numerosos líderes internacionais, como o secretário-geral da ONU, António Guterres, bem como com membros permanentes do Conselho de Segurança e parceiros internacionais e relevantes, como a Santa Sé.

Mogherini acrescentou que pôde confirmar o amplo reconhecimento da contribuição do Grupo de Contacto, que, na sua perspetiva, é "a única iniciativa internacional com acesso de alto nível a todas as partes relevantes na Venezuela".