"Até ter declarado guerra ao mundo inteiro, secundando Hitler, e ter promovido as leis raciais [contra judeus, a partir de 1938], à parte do assunto dramático do [assassínio do líder socialista Giacomo] Matteotti, fez coisas positivas", disse Tajani no programa de rádio "La Zanzara", em resposta a uma pergunta.
Antonio Tajani justificou que Mussolini "realizou infraestruturas" no país: "Do ponto de vista dos feitos concretos realizados não se pode dizer que não tenha feito nada", apontou.
"Pode não se partilhar o método, eu não sou fascista nem nunca fui, mas há que ser honesto. Fez estradas, pontes, edifícios, centros desportivos, reabilitou parte da nossa Itália. Quando se faz um juízo histórico deve ser-se objetivo", declarou.
Tajani considerou que as leis raciais, que afetaram sobretudo os judeus, foram "uma loucura", e que a declaração da II Guerra Mundial constituiu "um suicídio que os italianos pagaram caro".
Interrompido pelo entrevistador, perguntando-lhe se "algo se salva" do legado de Mussolini, Tajani acrescenta: "Absolutamente, sim. Certamente que não era um campeão da democracia, mas algumas coisas fez", sublinhou, voltando a insistir que os fascistas realizaram obra.
Após receber as primeiras críticas por estas declarações, o político conservador italiano defendeu-se numa publicação na sua conta oficial da rede social Twitter que mantém enquanto presidente do Parlamento Europeu.
"Cobre-se de vergonha quem manipula aquilo que eu alegadamente disse sobre o fascismo. Sempre fui um convicto antifascista, não admito que ninguém sugira o contrário. A ditadura fascista, as leis raciais, as mortes que causaram, são a página mais negra da história italiana e europeia", declarou.