"Em vez de apoiarem a Índia na sua luta contra o terrorismo, atacaram-nos", lamentou Modi, num discurso transmitido pela televisão, acrescentando que a Índia não vai "tolerar a chantagem nuclear".
Modi frisou que a Índia apenas "suspendeu a sua ação militar" e que "retaliará nos seus próprios termos" se houver um futuro ataque terrorista ao país.
"Estaremos a monitorizar todos os passos do Paquistão", sublinhou, prometendo "uma resposta firme" a qualquer novo "ataque terrorista", dois dias após o cessar-fogo que pôs fim ao mais grave confronto militar do seu país com o Paquistão em décadas.
Os comentários do chefe do governo ultranacionalista hindu de Nova Deli foram os primeiros desde que, no sábado, a Índia e o Paquistão chegaram a acordo sobre a cessação de todas as ações militares em terra, no ar e no mar, no âmbito de um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos.
A escalada das hostilidades entre os dois rivais com armas nucleares, após um ataque mortal a turistas em Caxemira, ameaçou a paz regional.
A nova crise entre as duas potências nucleares começou quando homens armados mataram a tiro 26 pessoas, na maioria hindus, num local turístico da Caxemira indiana. A Índia prometeu reagir, acusando um grupo jihadista apoiado por Islamabade, que nega qualquer ligação.
Enquanto a retórica belicosa continua na ordem do dia nos discursos, no terreno, pela primeira vez em várias noites, o exército indiano não registou hoje incidentes significativos ao longo da "linha de controlo" (LoC) que separa Caxemira, que os dois vizinhos disputam desde a sua dolorosa divisão em 1947.
Na semana passada, os dois países estiveram à beira de uma nova guerra aberta, com ataques de 'drones', fogo de artilharia e ataques com mísseis, até que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou, surpreendentemente, um cessar-fogo no sábado, tendo hoje reivindicado ter conseguido evitar um conflito nuclear.
Tudo começou antes do amanhecer de quarta-feira, quando mísseis indianos destruíram mesquitas e escolas corânicas em solo paquistanês, que Nova Deli descreveu como "campos terroristas". Cerca de 20 civis foram mortos nestes ataques.
O Paquistão retaliou imediatamente, mergulhando os dois vizinhos nas piores horas do seu último conflito, em 1999.
De acordo com os seus relatos muito parciais, cerca de 60 civis de ambos os lados foram mortos nos combates.
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